Jornalismo ao pormenor

UNICEF apresenta, ‘duros’, efeitos colaterais da COVID-19 no seio das crianças

Texto: Bernardino Navurula

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), na Zambézia, região centro de Moçambique, revelou, recentemente, estar preocupado com os efeitos consequentes da COVID-19 no seio das crianças particularmente das raparigas. A organização avança que em muitos casos os pais não estão a conseguir cumprir com as recomendações do Governo e organizações credíveis sobre os tratamentos a ter em conta com as crianças.

“O que nós notamos é que há um aumento de violência contra crianças por estarem em casa. Os pais não estão a conseguir implementar o conselho da Organização Mundial da Saúde, fundamentalmente na tomada das medidas de prevenção junto das crianças em casa”, disse Michael Tchimedza, chefe dos escritórios da UNICEF na Zambézia, reconhecendo mais do que a culpa dos pais estão as condições que elas encontram em suas casas

Por sua vez, Blayton Caetano, director provincial da Saúde, referiu que ao nível da província vários sectores estão a trabalhar de forma coordenada para evitar situação de crianças nas ruas nesta época da COVID-19.

Para a UNICEF o novo coronavírus significa uma pobreza mais extrema prolongada e a negação dos direitos fundamentais para dez milhões de crianças moçambicanas que já vivem desfavorecidas, referiu no último sábado (06 de Junho), o Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF).

A declaração faz parte de um conjunto de análise publicadas por aquela agência da ONU, recorde-se que as escolas moçambicanas estão fechadas desde 23 de Março como forma de prevenir e mitigar a propagação do novo coronavirus e a UNICEF alerta: “quanto mais tempo as escolas estiverem fechadas, maior será a perda de tempo de aprendizagem e maiores serão as hipóteses de as crianças particularmente as raparigas, não regressarem a sala de aula após a reabertura escolar”.

A organização avança que a insegurança económica e a suspensão escolar prolongada pode exacerbar as tendências para os casamentos prematuros e para o sexo transaccional como forma de lidar com a situação e como mecanicismo de protecção por parte dos agregados familiares.

Deixe uma resposta