Trump e Kim: ‘Rumo à desnuclearização completa’
O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, tiveram um encontro histórico que culminou com a assinatura de um documento que em que manifestam a intenção de desnuclearizar a Península Coreana.
No fim do encontro, Donald Trump chamou o documento de “muito abrangente”, enquanto Kim o classificou de “histórico”.
No papel, uma página A4 com oito parágrafos mais uma segunda folha, com as assinaturas, há o compromisso de continuar a conversa.
O regime norte-coreano afirma que meta final é a “desnuclearização completa da península” tendo, por objectivo, “uma paz longa e estável”.
Os dois chefes de Estado chegaram ao hotel da ilha de Sentosa pouco após 8h10, hora local, e às 9h02 apertaram as mãos perante câmaras, com as bandeiras dos dois países atrás.
“Não foi fácil chegar a este ponto”, disse Kim, “enquanto velhas práticas e preconceitos obscureceram nossos olhos e ouvidos.” Por 38 minutos, acompanhados apenas de dois intérpretes, os dois presidentes conversaram a sós.
Já eram 9h53, quando a eles se juntaram seus principais diplomatas. Depois almoçaram — costelas de boi, porco agridoce, bacalhau empanado em soja — Trump pediu aos fotógrafos que fizessem os dois “parecermos bonitos e magros”.
Às vinte para uma da tarde, os chefes de Estado passearam pelos jardins do resort em benefício dos fotógrafos. Uma hora depois sentaram-se para assinar o acordo. “Quero expressar minha gratidão ao presidente Trump” falou Jong-un, sempre em coreano. Quando já não estavam mais juntos, Trump fez observações. “É um homem muito talentoso”, avaliou. “Compreendi que ele ama muito seu país.”
Na colectiva após o encontro, Trump afirmou que não havia cedido em nada. Mas houve pelo menos uma concessão considerada grande: os EUA concordaram em não mais fazer exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. É uma antiga queixa de Pyongyang.
Fazer com que a Coreia do Norte ‘desnuclearize’ não é trivial: envolve seis passos distintos. O desmonte das armas que já tem. Interrupção do enriquecimento de urânio. Fechar os reactores nucleares. Desactivar as áreas de testes para bombas. Parar de produzir combustível para bombas de hidrogénio. E, por fim, permitir inspecções internacionais na hora e no local que os órgãos responsáveis quiserem.
Segundo David Kay, responsável pelo desarmamento do Iraque, com a cooperação da Coreia do Norte este é um trabalho para uma década e meia. Desarmar a Coreia do Norte seria o maior desafio do tipo jamais enfrentado pela comunidade internacional. Nenhum país — Líbia, Síria, Iraque ou mesmo o Irã — sequer chegou perto da capacidade tecnológica ou do tamanho do arsenal que Kim Jong-un possui.
Fonte: Meio