Por: Milton Machel
Faz hoje 44 anos que alunos pretos, do Soweto, levantaram-se numa série de protestos que se iniciaram da manhã de 16 de Junho.
Crianças Sul-Africanas de várias escolas do mais histórico subúrbio do Hemisfério Sul, Soweto, fizeram-se às ruas protestando contra a introdução do Afrikaans como língua de ensino em escolas locais. Uma medida colonial do regime do Apartheid. Estima-se que 20,000 alunos participaram na manifestação. A pretoriana polícia do regime de Pieter Botha descarregou desumanamente sobre elas toda a sua brutalidade animalesca e selvagem – passe a redundância. O número de protestantes assassinados pela guarda pretoriana do regime de Pretória é fixado em 176, mas estima-se que tenham sido 700 vítimas mortais. A famosa foto de Sam Nzima, em que o menino Hector Pieterson, após ser baleado pela polícia, é carregado pelo jovem Mbuyisa Makhubo, tornou-se o ícone dos Levantamentos de Soweto. A irmã do menino Pieterson, Antoinette Sithole, corre ao lado de Makhubo, que bravamente o leva até uma clínica local. Por infortúnio, mal chegaram, Hector Pieterson é declarado morto.
Eu, Soweto Cowboy, sempre que vou a Joanesburgo, faço por visitar o Museu Hector Pieterson, no coração do Soweto. Deixo minha alma embeber-se do espírito de luta pela liberdade, do povo irmão Sul-Africano. O espírito de 16 de Junho é supremamente cantado aqui pela inimitável Miriam Makeba. Miriam, nome que dei à minha filha primogénita, em homenagem à eterna Mama Afrika. Miriam, minha filha, que completa 18 anos neste inusitado 2020. Ela também adora cantar, a minha Phata Phata, bisneta de vovó Thakathe!
Feliz Dia da Criança Africana, Feliz Dia da Moeda nacional, Solene Dia do Massacre de Mueda, 1960 – berço da Nossa Luta. A Luta Continua!