O Centro Integridade Pública (CIP) divulgou um relatório esta segunda-feira, a indicar que Moçambique tem sido um corredor preferencial para exportação de drogas do Afeganistão para o resto do mundo.
Assinado por Joseph Halon, o documento revela que pelo menos 40 toneladas ou mais de heroína entra em Moçambique e se transita para a África do Sul e para a Europa, gerando 2 milhões de dólares americanos por tonelada em lucros, subornos e pagamentos a figuras seniores moçambicanas.
A rotina dá-se há mais de 25 anos e envolve figuras do governo moçambicano.
“Parte do comércio ainda é controlado pelos tradicionais barões da droga de Moçambique, protegidos por altos líderes políticos”, diz o relatório, acrescentando que alguns dos criminosos estrangeiros comunicam-se através do WhatsApp com traficantes de drogas moçambicanos.
O medicamento é produzido no Afeganistão, passa pelo Paquistão, entra em Moçambique pelo mar, ao norte e segue a estrada para Joanesburgo e depois para a Europa, explica o documento.
“O valor de exportação da heroína é de cerca de 20 milhões de dólares americanos por tonelada, e provavelmente o maior ou o segundo maior produto exportado via corredor moçambicano, logo após o carvão.
O Centro de Integridade Pública é uma organização sem fins lucrativos cujo objectivo geral é a defesa da integridade, transparência e boa governação na esfera pública em Moçambique.
O relatório anual sobre tráfico e consumo ilícito de droga do governo moçambicano, divulgado em abril, diz que as autoridades confiscaram 21 mil quilos de cocaína em 2017.
A maior parte da droga foi apreendida no aeroporto.
Segundo o Conselho de Ministros, a polícia deteve 570 pessoas, incluindo estrangeiros por tráfico e uso de drogas. Houve um aumento de 11 porcento em relação a 2016.