Jornalismo ao pormenor

Polícia moçambicana confisca ilegalmente t-shirts com o slogan “Eu Não Pago Dividas Ocultas”

A Polícia da República de Moçambique (PRM) confiscou esta segunda-feira ilegalmente camisetes impressas pelo Centro de Integridade Pública (CIP), principal organização pro-transparência no pais, por ostentar o slogan “Eu não pago dívidas ocultas”.

A organização chamou a imprensa nesta segunda-feira para falar sobre o incidente que ocorreu na capital de Maputo, no entanto, ninguém foi preso em conexão com a campanha.

“Esta campanha visa pressionar as instituições certas a tomarem a decisão certa, que é a de ilegalizar as dívidas e libertar o estado moçambicano do fardo”, disse Fátima Mimbirre, pesquisadora e activista da CIP.

De acordo com o CIP, esta é uma oportunidade para dizer “basta aos desmandos”, os moçambicanos devem levantar a sua voz contra os empréstimos de 2 mil milhões de dólares mais 700 milhões de dólares de juros.

“Não estamos a cobrar pessoas inocentes, estamos a lutar pela causa certa e é justo”, disse ela, acrescentando que o serviço de impressão está a avançar e agora incentiva-se outras organizações a participar da campanha.

Mimbirre disse que a polícia se aproximou de algumas pessoas que estavam apenas a receber as camisetes na instalação do CIP na manhã de segunda-feira e confiscou o “instrumento”.

A polícia ainda não reagiu às declarações do Centro de Integridade Pública.

A campanha assumida pela CIP é contra o empréstimo ilegal de 2 bilhões de dólares para o estabelecimento das empresas Ematum, Proindicus e Mozambique Asset Management (MAM) obtidas em 2013 e 2014 nos bancos Credit Suisse e VTB da Rússia.

Vale a pena dizer que o ex-ministro da Economia de Moçambique está actualmente detido na África do Sul em conexões as dívidas ocultas.

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