Penta continua “Quinta Privada”
É o fim da acção. Após anos de intensa e emocionante disputa, Porto garante exclusividade sobre o Penta. O dragão cuspiu fogo acumulado e incendiou qualquer possibilidade de o Benfica chegar ao quinto título consecutivo. O sonho encarnado transformou-se, por força das chamas, num pesadelo cinzento.
As lágrimas são fiéis. Casaram-se com o homem e garantiram “prometo estar contigo na tristeza e na alegria”. E, de facto, elas estão sempre lá. Vimo-las fervilharem nos olhos dos benfiquistas nos últimos quatro anos. E agora as vemos, em movimentos ensaiados, sempre de cima para baixo, roçar seus rostos amargurados e sedentos de consolo.
Mas isso é só com os homens. Com outras espécies, a realidade é diferente. O dragão é disso exemplo. Desde logo, porque seu casamento é homossexual. É que o dragão casa-se com o fogo e tem nele o fiel confidente. Triste ou feliz, enraivecido ou calmo, o dragão faz sempre o mesmo – cuspir fogo.
A última das cuspidelas aconteceu no fim-de-semana. Fogo em toda a avenida dos aliados, com centelhas a parar à um hotel, tal era a força do sopro. Um hotel que, de resto, entra para história “dourada do livro azul e branco”. Foi lá que, refastelados no sofá, os portistas se tornaram campeões – mercê do pacto de não agressão entre os rivais e vizinhos lisboetas. Ophs, perdão! Isso foi escrito antes de visualizados os highlights de Bruno Fernandes e Rúben Dias.
Ficou assim encerrada uma luta de quatro anos por uma propriedade de nome “Penta”. A mesma, reza a história, fora erguida por um engenheiro em terras nortenhas de Portugal. Nunca houve dúvidas sobre o seu legítimo proprietário. Mas dúvidas foram legitimadas quando, em 2013/2014, o Benfica prontificou-se a juntar cinco provas de que também tinha direitos sobre a parcela em causa. Ficou-se pelas quatro…
Deste modo, o Penta segue sendo um terreno do qual só o FC Porto detém DUAT. Uma quinta (vitória seguida) ainda mais privada!