Jornalismo ao pormenor

‘O Bebedor de Horizontes’ de Mia atravessa fronteiras

O mais recente romance de Mia Couto, ‘O Bebedor de Horizontes’, é apresentado hoje,( 09/11/2017) em Portugal. A notícia não pode surpreender leitores. O nome, Mia Couto, é um símbolo na Literatura. Durante a apresentação, no princípio desta noite, Mia estará acompanhado com o escritor e amigo angolano José Eduardo Agualusa. A obra já foi apresentada em Maputo, dia 01, do mês em curso.

‘O Bebedor de Horizontes’, faz parte da trilogia ‘As areias do imperador’ apresentada primeiro em 2015 com ‘Mulheres de Cinza’ mais tarde, (2016) com ‘A Espada e Azagaia.’ Os títulos lembram o conjunto dos filmes ‘A Múmia’, onde as cenas acontecem em volta das pirâmides do Egipto.

 Longe disso, ‘As areias do imperador’ tem como ‘pote’ de inspiração Ngugunhane, Imperador de Gaza. Em conversa com o ‘inventor de palavras’, 2014, Mia Couto confidenciou a leitura que fazia das fontes históricas do século XIX em Moçambique para perceber quantas e outras estórias existentes em volta do personagem.

Na conversa manifestou o interesse de conhecer não o herói como, geralmente nos é transmitido, mas sim, o homem em si, sem máscara, o que intencionalmente nos é escondido. Ainda bem que a ideia partiu desse ‘intelectual’ que, a partir de certo ponto, é uma figura consensual para debruçar sobre a temática.

A estória de ‘O Bebedor de Horizontes’ último Romance da Trilogia, acontece em torno da prisão, em 1895, de Ngungunhane. Citado no site Notícias ao Minuto Mia afirma, “Estou a fingir que estou a falar de outras pessoas que já não estão connosco, mas estou a falar de nós próprios. Estou a mentir a dizer que estou a falar do passado, mas estou a falar do presente. É isso que me interessa e foi isso que me entusiasmou a escrever este livro”.

No site o autor diz que o livro revela “falsas diferenças’’ e que a literatura tem o poder de mostrar que as diferenças “ são simplesmente superficiais ou circunstanciais” para, depois, como nos habituou, sublinhar em grande, ‘’ “não existe uma coisa chamada brancos, negros” ou outras divisões étnicas, “são construções históricas sempre chamadas à pedra quando se trata de fabricar conflitos, fabricar ódios, de sugerir que o caminho não é o diálogo, mas o confronto”.

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