
O Presidente do Conselho de Administração da Cotur, Noor Momade, falando na saída do evento de lançamento das Medidas Financeiras para Recuperação Económica sublinhou que o impacto das manifestações é bastante negativo no sector do Turismo. “O estrago é muito grande”, avançou, questionado sobre a saúde do sector de Turismo.
“Nós temos neste momento uma cotação media de entre 10 e 15 por cento na hotelaria, o que é péssimo, temos instancias que fecharam. Temos instâncias que foram atacadas”, partilhou.
Na área de viagens “estamos a sofrer bastante porque as companhias aéreas estão a sofrer bastante e estão a transferir os fundos para os seus países. Então é um problema muito grande (do conhecido problema) de divisas e não conseguem mandar para as suas sedes.”
Noor Momade destacou que neste momento há muito trabalho a fazer. “A situação é péssima. Temos estado em contacto permanente com o Governo, com as companhias aéreas. É uma situação que nos preocupa bastante. Algumas companhias aéreas já deixaram de vender em Moçambique, outras ameaçam parar de voar para Moçambique algo que a acontecer será muito mal para a economia do País.”
As manifestações
As manifestações em Moçambique têm afetado o turismo do país, causando cancelamentos de reservas, prejuízos e perda de confiança dos turistas. Ao longo das manifestações que começaram em Outubro muitos viajantes cancelaram as suas reservas, devido ao receio dos impactos das tensões políticas.
Lembre-se que o turismo depende da percepção de segurança e estabilidade. Os visitantes, especialmente estrangeiros, evitam regiões próximas a Maputo e agora em todo o País por medo de se verem em meio a conflitos.
Vilanculos
A cidade de Vilanculos, um dos principais destinos turísticos de Moçambique, enfrenta uma redução significativa no número de visitantes devido ao das recentes manifestações e tensões socias que tem ocorrido em várias regiões do país.
Numa situação normal, a cidade de Vilanculos recebe turistas tanto nacionais, assim como internacionais. Esse cenário não se verificou, por exemplo, em Dezembro do ano passado, devido a onda de manifestações com episódios de violência, bloqueios de vias e incertezas quanto a segurança.
Muitos turistas decidiram cancelar ou adiar as suas viagens, deixando hotéis, agências de turismo e comerciantes locais em alerta para as perdas económicas
A Confederação das Associações Económicas (CTA) também reconheceu os efeitos adversos das manifestações no turismo, destacando o aumento de cancelamentos e a diminuição da confiança dos turistas. Mohammad Abdullah, presidente do Pelouro de Turismo, Hotelaria e Restauração da CTA, afirmou que o sector do turismo foi naturalmente afectado.
A redução do número de turistas em Vilanculos, impulsionada pelas recentes manifestações, traz à tona a vulnerabilidade de um sector altamente dependente da estabilidade política e social. Embora a região seja reconhecida por suas belezas naturais e atraente infraestrutura turística, o impacto das manifestações e os bloqueios das estradas criaram um ambiente de incerteza, afastando visitantes e gerando perdas significativas.
No referido Dezembro passado empresários em Gaza estimam ter perdido cerca de 250 milhões de Meticais desde que começaram as manifestações. Os sectores comercial e do turismo são os mais afectados e a receita diária baixou em 40 por cento.
O Turismo é um dos setores mais afectados pela instabilidade, com perdas estimadas em cerca de 500 milhões de meticais (aproximadamente 8 milhões de dólares norte-americanos, à taxa de câmbio atual).