Jornalismo ao pormenor

Nampula regista recorde na produção de castanha de cajú com 94 mil toneladas

A campanha de comercialização da castanha de caju na província de Nampula, a maior produtora do país, alcançou um recorde nos últimos cinco anos, totalizando 94 mil toneladas, superando as 82 mil toneladas inicialmente previstas e contribuindo para a meta nacional de 170 mil toneladas.

As autoridades locais atribuem esse desempenho ao forte envolvimento das comunidades e ao aumento dos preços pagos aos produtores. A safra, que começou em 16 de outubro do ano passado, viu o Comité de Amêndoas fixar o preço de 45 meticais por quilograma, um aumento em relação aos 35 meticais da campanha anterior (2023-2024). Graciano Francisco, porta-voz do Conselho de Representação dos Serviços Provinciais do Estado, estima que, durante este período, foram movimentados aproximadamente 5,1 mil milhões de meticais no meio rural, um crescimento de 64% em relação aos 3,1 mil milhões da campanha anterior.

O preço médio ponderado da castanha de caju em Nampula nesta campanha foi de 54,35 meticais. Do total das quantidades comercializadas, 71 mil toneladas foram exportadas para mercados como a Indonésia e a Índia, trazendo divisas para o país.

Actualmente, Nampula conta com 15 unidades de processamento de castanha de caju, com uma capacidade instalada de 74.850 toneladas, embora oito delas estejam fechadas devido a dificuldades financeiras. O Instituto de Amêndoa de Moçambique monitora o mercado interno, analisando as quantidades transacionadas, os destinos, os preços e a qualidade, em apoio a um subsector que abrange mais de 1,4 milhão de famílias.

Vale lembrar que Moçambique foi o maior produtor mundial de castanha de caju na campanha 1972-73, com 216 mil toneladas comercializadas. No entanto, a produção começou a declinar a partir de 1976, atingindo apenas 18 mil toneladas em 1982-83, devido a fatores como má gestão, abandono de cajueiros, surtos de pragas e doenças, envelhecimento das plantas e queimadas descontroladas.

Deixe uma resposta