“My Generation”: feira exibe como amigos (já crescidos) conversam
Quando há dois anos regressou para Maputo uma das tarefas que fez, com muita força de vontade, foi contactar amigos da infância para saber “como vai a vida.” Chama-se Raquel Akino. Nos contactos que fez quis saber dos “projectos” de cada um, com mais interesse para os que não trabalham para o Estado. A lista incluía colegas do bairro, da escola e da carteira. Não é totalmente isto, mas foi mais ou menos assim que surgiu a mostra “My Generation.” A última exibição do ano tem lugar já neste domingo (dia 23) sempre no lugar habitual, café Akino, dentro jardim dos Madjermans, em Maputo.
Neste domingo, das 10 às 18 horas, o evento conta com a exposição de Bijuteria, Floricultura, produtos de fabrico caseiro, gastronomia, e muito mais. A feira “My Generation” acontece uma vez por mês, sempre no mesmo espaço. Ao longo deste ano os expositores, que também são amigos, expõem gratuitamente.
Raquel Akino, está na tabela de 40 anos de idade. Destes, 26 anos passou na Europa. “Não foi uma experiência do estrangeiro, (risos) É uma ideia minha,” diz com humildade e suavidade no tom da voz, numa frase interrompida ao meio por um sorriso. Mas depois lhe escapa, “Viajo muito. Trabalho em feiras internacionais e estamos a tentar isto.” Ao longo da conversa diria, igualmente, que daqui há dois anos, havendo recursos, pretende que a feira cresça e de pequeno espaço do jardim passe a ocupar todo recinto com o evento que terá a duração de dois dias.
A mentora, dá a conhecer os pormenores destes encontros de amigos que tem a dupla função de devolver memórias da infância e apresentar com interesse as habilidades individuais.
“Quando cheguei em Maputo (há dois anos) queria encontrar pessoas da minha geração e saber o que estão a fazer. Quem trabalha por conta própria, quais são as ideias dele, pessoas criativas,” foi assim que surgiu a ideia. ” Comecei a ligar para perguntar o que é que cada um faz. Depois de saber o que cada um faz pensamos em nos juntar uma vez por mês e passar o dia todo para nos encontrarmos e ajudarmo-nos uns aos outros numa perspectiva de sinergias.”
Em termos de funcionamento, nestes encontros trocaram contactos e quando um membro do grupo precisa de serviços ou produtos contacta a um membro que pode executar, num sistema de informação que se dinamiza através de redes sociais.
“Não é tanto uma feira de venda de produtos é mais uma feira de venda de conhecimentos e partilha de espaço,” explica, mais uma vez com alguma humildade e vontade de contribuir para o país.
No referente ao impacto do evento, “para Moçambique é a identidade de um grupo de pessoas de cada geração e assim cada geração pode desenvolver iniciativas de género para descobrir áreas criativas e incentivar as gerações vindouras a unirem-se a fazerem actividades em comum.”
Questionado sobre o turismo, as artes plásticas e o artesanato, áreas de interesse da organizadora, Raquel Aquino entende que o turismo tem muitas áreas fracas que podem ser muito desenvolvida. “O turismo não é apenas uma praia só ou hotel, envolvem igualmente outras áreas que podem ser desenvolvidas em volta da cidade.