Mulheres querem alargar negócios do mar, mas reconhecem desafios
“Desde o passado, foi criada a ideia de que a exploração do mar para a subsistência é uma actividade reservada unicamente ao homem, chegou o momento de deixarmos para atrás essa ideia. As mulheres, no país, em particular, e em África, em geral, podem, à semelhança dos homens, investirem no mar por forma a realizar os sonhos,” referiu a presidente da Associação Moçambicana das Mulheres da Área Marítima e Actividades Afins (AMUMA), Teresa Jeremias, na sequência de seminário que se realizou em Maputo.
Falando momentos depois da abertura do encontro, Teresa Jeremias reconheceu que actualmente o mundo, o continente e o país reconhecem que a indústria marítma e actividades afins continuam a ser um dos sectores mais dominados pelos homens a partir de marinheiros, pescadores, operadores portuários entre outros e que a representação das mulheres nestes subsectores sensíveis ao desenvolvimento da economia azul não mudou significativamente, mesmo nos últimos 25 anos, que muitas vezes faz-se referência aos Objectivos de Desenvolvimento sustentáveis (ODS) das Nações Unidas.
Para colmatar essa situação, o documento da associação refere que as mulheres marítimas e actividades afins precisam de se organizar para em conjunto com os seus pares, homens que trabalham no sector da marinha mercante, sejam fazedores de políticas, operadores públicos e privados e criem oportunidade de equilíbrio de género, em todas as aréas que sustentam a indústrias marítmas.
“As mulheres devem olhar para o mar para fazer carreiras e, enfim, a vida,” sublinhou Teresa Jeremias.
A presidente da AMUMA avançou que os probelamas deste sector são os mesmos tanto para Moçambique como para África e até mesmo para o mundo. “Há descriminação no sentido de a mulher não pode ir ao alto-mar por causa da própria constituição biológica relacionada com menstruação, grávidez, e até parto. A descriminação é tão profunda que até na construção dos próprios barcos não se olha para o lado da mullher.
Desafios
Francisca Delegado, coordenadora regional (africana) do Comite Técnico da Economia Azul, convidada do encontro, entende que para alcançar os objectivos (de promoção de igualdade de direitos entre as mulheres e homens, combater todas as formas de discriminação no ramo marítmo e actividades afins) há que monir a mulher de melhores conhecimentos e ferramentas técnicas.
“As mulheres devem ser capacitadas a usar tecnologias acompanhadas de investigação. Por exemplo, as mulheres que estão envolvidas na captura de peixe devem beneficiar de projectos integrados.”
Participam no semniário mais de 50 representantes de instituiçoes ligadas à mulher à nivel nacional e de alguns países de África.