Jornalismo ao pormenor

Mercado de seguros deve assegurar riscos do sector de hidrocarbonetos

O mercado nacional de seguros deve prestar particular atenção as potencialidades de negócio propiciados pelos riscos associados às actividades nos domínios de prospecção e exploração de petróleo, gás, mineração e agricultura, que se encontram numa fase dinâmica no país.

O apelo foi deixado há dias pela Presidente do Conselho de Administração (PCA) do ISSM, Otília Santos, durante a cerimónia do lançamento da nova denominação da Moçambique Resseguros (MOZRE), a Emeritus Resseguros, uma companhia criada em 2007 pela Emose, IGEPE e a seguradora pública zimbabweana.

“O mercado moçambicano é caracterizado por um forte dinamismo e por ser mais promissor, tendo particularmente em atenção as potencialidades de negócio relativamente aos riscos associados às actividades nos domínios de petróleo e gás, mineração e agricultura”, disse a dirigente, assinalando que nos últimos anos o mercado de seguros no país registou um crescimento de cerca de 20 por cento, com o nível de prémios brutos a passarem de 7.073,2 milhões de meticais em 2013 para 13.023,4 milhões de meticais em 2017.

A dirigente disse que o crescimento da produção global significou igualmente uma evolução da taxa de penetração dos seguros na economia, indicador que mede o peso da produção deste sector no PIB, de 1,52 por cento, em 2013, para 1,62 por cento, em 2017.

Entretanto, Otília Santos disse que, apesar desse crescimento, o nível de desempenho do sector ainda está aquém das suas potencialidades.

A Moçambique Resseguros, hoje Emeritus, é única empresa de resseguro que opera em Moçambique, com actividades desde 2007, cuja implantação no país garantiu a retenção de divisas no valor de 36 milhões de dólares norte-americanos, resultado dos prémios de resseguro pagos pelas companhias nacionais de seguro, que seriam pagas a resseguradoras estrangeiras.

Falando na ocasião, o Administrador Delegado da Emeritus, Mufaro Chauruka, disse que a mudança do nome prende-se com a necessidade do reforço da participação dos clientes no negócio, bem como nos esforços de tornar os serviços de Seguro mais competitivos e de fácil adesão.

Referiu que com a nova abordagem, a companhia pretende aumentar o seu capital social com vista a consolidar a sua posição no mercado e penetrar para o sector de petróleo e gás e mineração, que se encontram em fase prospecção e exploração no país.

“O sector de petróleo e gás apresenta um elevado nível de risco, mas estamos a nos preparar com vista prestarmos serviços a esta área. Como uma resseguradora, nós prestamos serviços às empresas de seguros, por isso encorajamos elas a também a abraçarem essa área”, disse Chauruka.

Com efeito, a Emeritus ao nível do Grupo, através do qual opera em Moçambique, Botswana, Zâmbia, Zimbábwè e Malawi, pretende aumentar o seu capital para 10 milhões de dólares a curto prazo e para 100 milhões de dólares a médio prazo.

Entretanto, Mário Sitoe, um dos convidados do evento, defende a necessidade do Estado estabelecer uma cota de resseguro para operadores nacionais, de modo a que parte do risco de seguro seja assegurada internamente.

A entidade, detida pela Emose, o IGEPE e a seguradora pública Zimbabweana, iniciou as suas operações em Moçambique com um capital inicial de 1.2 milhões de dólares norte-americanos. Actualmente conta com activos no valor de cerca de 6.8 milhões. Em 2017, o volume de negócios atingiu cerca de 5.6 milhões de dólares.

O mercado moçambicano de seguros é constituído por 20 seguradoras e uma micro-seguradora, entre outros operadores ao nível de mediação.

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