Jornalismo ao pormenor

‘Maputo Cinema Festival’ pretende resgatar cinema ‘em extinção’ com sua crítica social

Há quatro anos que um grupo de estudantes de arquitectura do ISCTEM (Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique), em Maputo, decidiu revitalizar e readaptar o cinema por forma a promover a cultura e a consciencializar os habitantes sobre a importância da cidade e a convivência entre pessoas. A iniciativa que ainda está na fase piloto chama-se ‘Maputo Cinema Festival (MCF).’ A 1ª Edição está agendada para 2020, após a fase experimental.

Gil Gune, membro do grupo, explicou que “Maputo Cinema Festival é uma forma de cobrir o espaço vazio criado pelo cinema convencional que está a desaparecer. Como se pode ver muitos edifícios de cinema em Moçambique estão em ruínas. Esta iniciativa improvisa salas para projectar filmes de crítica social, como forma de melhorar a imagem da cidade e a relação entre as pessoas.”

No país, ‘a situação do cinema é caótica, isto deve-se principalmente ao fato de os núcleos de arte do país estarem a ser transformados em igrejas e instituições privadas, esquecendo-se que a arte desempenha o mesmo papel que as igrejas, no sentido de incentivar os jovens à criatividade e criar oportunidades para pessoas necessitadas,’ diz um documento enviado à Lupa News.

De acordo com o documento, o principal interesse do MCF está nos problemas relacionados com a cidade, desde os sociais, como a problemática de espaços privados versus espaços públicos até aos problemas físicos, como os espaços mal utilizados, resultantes de um planeamento físico inadequado.

Daí que MCF repensa espaços urbanos abandonados e ignorados como salas de cinema temporárias e convida o público a sentir a cidade como uma colectiva extensão da nossa existência como espécie, chegando a testar até que ponto o cinema pode influenciar a dinâmica urbana de uma cidade.

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