Por: Arnosso Cuco
A fotografia de ontem na arena política foi de uma Frelimo profundamente desgastada, isto quando Armando Guebuza apresentou ao público aquilo que praticamente todos sabiam: que a elite do partido está cada vez dividida. Ontem, quinta-feira (17 de Setembro), os problemas (diga-se, familiares) não ficaram contidos ‘’no quarto.’’ Guebuza apareceu ao público queixando-se sofrer de uma suposta perseguição política e que as instituições do Estado estão profundamente viciadas em um país que ele próprio dirigiu durante 10 anos do seu Governo, entre 2005 e 2015. O próprio Guebuza trouxe exemplos que reforçam um facto de a Procuradoria-Geral da República estar a fazer um jogo sujo em uma conspiração, -para àquilo que ele chamou de ‘’ assassínio Político.’’ Isto está mal.
Do suposto jogo sujo na Procuradoria-Geral da República
A Procuradoria-Geral da República escreveu um ofício ao Conselho de Estado a pedir autorização para ouvir ex-Presidente da República, Armando Guebuza que é, igualmente, membro do Conselho do Estado. Beatriz Buchile quer ouvir Guebuza no âmbito de um processo autónomo sobre “dívidas ocultas”. O Presidente da Republica Filipe Nyusi, que preside ao Conselho de Estado, convocou uma reunião, na última terça-feira, para analisar o pedido da procuradoria-Geral da República.
Armando Guebuza, aceitou ser ouvido. Mas antes, atacou os seus camaradas acusando-os de assassínio político contra Guebuza.
Armando Guebuza, disse: “É na ânsia e no respeito pelo primado da lei e da consciência da necessidade de colaborar com as posições da Procuradoria-Geral da República para prestar os esclarecimentos que se julgam pertinentes. Entretanto não deixeremos, a bem da verdade e da justiça e respeito pelas leis da República de Moçambique, de estranhar que esta solicitação, e como é feita, da Procuradoria-Geral da República, aconteça apenas nesta fase. Iremos prestar os esclarecimentos solicitados sem, no entando, deixar ficar a nossa desconfiança em relação à constante e desconforme actuação da Procuradoria-Geral da República. E temos razões de sobra para a falta de confiança no nosso Ministério Público”. Disse.
Armando Guebuza, crítica também, o facto da Procuradoria-Geral da República ter solicitado a quebra do sigilo bancário e ter colocado o assunto na imprensa antes mesmo dos acusados a conhecerem e de estar ainda o processo vinculado ao segredo de justiça, isso, em 2017, no âmbito das “dívidas não declaradas”.
“Em dezembro de 2018, recebemos da Procuradoria-Geral da República requisitos por escrito tendo nós, à cautela e no estreito da lei, levado à consideração do Presidente da República, o que vai vertido na lei n 5/2002, de 1 de Dezembro, que regula a organização do conselho do estado e define o estatuto dos seus menbros para os legais e devidos efeitos”.
Numa série de pontos que relatam o mal posicionameto da Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente da República, Armando Guebuza, referiu que, “tomamos conhecimeto pela imprensa, mais uma vez, de que a Procuradoria-Geral da República cita-nos num Tribunal de Londres, num processo relacionado com ‘’dividas ocultas’’, estando nós no mesmo país e cidade da Digníssima Procuradora-Geral da República”.
” É estranho que a nossa Procuradoria-Geral da República tenha preferido atravessar a África subsahariana, o deserto de Sahara, o Mar Mediterrâneo, parte da Europa e o Canal da Mancha, para obter esclarecimentos de um cidadão nacional e aqui residente”. Acrescentou.
Guebuza fala de tentativa de “assassinato político”
“Uma deligência que não se vê quando há necessidade de defender e proteger a família Guebuza, vítima de uma tentativa de envenenamento para eliminar, em autos que vegetam nalguma gaveta, como se fosse normal ignorar a tentativa de extermínio de uma família,
Estamos por isso, cientes de que esta solicitação da Procuradoria-Geral da República não é resultado do seu interesse em conformar-se com a lei, tão pouco de descobrir a verdade material e fazer concomitante justiça, mas a continuação de uma campanha de tentativa de assassinato político, com recurso ao aparelho judiciário, que ganhou um tom tónico depois de proferimos uma palestra a convinte da Universidade Eduardo Mondhane, para falar sobre o papel dos jovens na preservação e valorização dos ideias de Eduardo Mondhane, nosso chefe, líder e guia imortal, durante a luta de libertação nacional, no âmbito da celebração de seu centésimo aniversário, lançado por S Excia. O Presidente da República de Moçambique, no pretérito dia 03 de fevereiro do ano em curso.