O investimento directo estrangeiro (IDE) em África cresceu seis por cento no ano passado, passando de 38 mil milhões de dólares em 2017 para 40 mil milhões de dólares em 2018, aponta o relatório do Monitor das Tendências de Investimento das Nações Unidas (UNCTAD), divulgado esta segunda-feira, 21, em Genebra.
Esse aumento, entretanto, concentrou-se em apenas nalguns países, como Egipto e África do Sul, com este a recuperar a posição de maior receptor de IDE na África subsahariana enquanto o Egipto lidera o continente.
O documento refere que o Egipto recebeu o correspondente a um aumento de sete por cento, passando de 7,4 para 7,9 mil milhões de dólares, enquanto a África do Sul aumentou de 1,3 para 7,1 mil milhões de dólares.
A nível global, o IDE caiu quase um quinto em 2018, de 1,47 trilhão de dólares em 2017 para 1,2 trilhão de dólares no ano passado. A queda deriva da reforma fiscal corporativa nos Estados Unidos. De acordo com o documento que temos vindo a citar, a partir de 2017, empresas multinacionais norte-americanas embarcaram em uma grande repatriação de ganhos estrangeiros acumulados, uma acção que afectou fortemente a Europa.
O director da Divisão de Investimento da (UNCTAD), James Zhan, afirma que “a tendência subjacente em IED mostrou crescimento anémico desde a crise financeira global e está em trajectória de queda desde 2013.”
“Os factores por trás desta tendência negativa, como menor rentabilidade do investimento estrangeiro e mudanças em cadeias globais de valor, não estão mudando no futuro próximo. O cenário macroeconómico também está deteriorando”, disse.
A queda levou os fluxos de IED de volta ao ponto mais baixo alcançado após a crise financeira global, com declínio concentrado em países desenvolvidos, onde fluxos caíram até 40%, para uma estimativa de 451 bilhões de dólares.