III /XXII Pecado: Análise de letras musicais VS vantagens ao ensino
Vivemos numa sociedade em que apenas alguns músicos são valorizados, por diversas razões que não me importam aqui frisar. Mas o que importa referenciar é que perdemos muito ao não analisar de forma consistente as músicas que são produzidas.
Perdemos porque há muito conhecimento a ser aproveitado nas letras musicais que andam por aí. A música é e deve ser tida como uma profissão, claro, se for praticada de forma profissional também. Não quero aqui defender os “alienígenas musicais” que lançam uma música hoje e amanhã desaparecem. Há muitos que lutam dia e noite para que a música seja lançada e saia com qualidade desejada. Então, porquê não aproveitar esses e fazer deles um elemento essencial para o ensino? Porquê não escutar letras do Wazimbo, Stewart, Mingas, Gue-Gue, no sentido de aproveitar a sua inspiração para criar textos didácticos, criar exercícios académicos, criar testes/exames? Pensemos: Se eu escuto “A Lirandzo” de Hortêncio Langa, consigo sentir uma carga emotiva e ao mesmo tempo de ensinamento da música. Porque não, ou publicar a letra musical num livro de português, ou ainda criar textos incompletos/quebra-cabeças no sentido de dinamizar o ensino? Nota-se que não estou a problematizar a língua pela qual as músicas são escritas. Discuto sim a essência de fazer música.
A música não é só para ser ouvida, mas sim para ser consumida de forma táctica e estratégica, no sentido de fazer dela um catalisador que dinamize o desenvolvimento de uma sociedade. Para que isso aconteça, precisaríamos claramente de criação de comissões que debatessem a música.