Jornalismo ao pormenor

FORCOM denuncia agressão de dois jornalistas no centro do país

Dois jornalistas da Rádio Comunitária de Catandica, na vila de Cantandica, distrito de Báruè,  em Manica, sofreram agressão física e ameaças de exercer a profissão. Curiosamente, os agressores são agentes da Polícia Municipal, que usaram o poder instituído para praticar o acto – posteriormente denunciado e condenado.

Um documento do Fórum Nacional de Rádios Comunitárias (FORCOM), hoje distribuído à imprensa,  explica que a violência contra jornalistas ocorreu por volta das 09h30 na antiga paragem de autocarros com destino ao Distrito de Guru ao longo da estrada Nacional número sete.

Segundo o FORCOM, na ocasião,  os dois Jornalistas faziam uma reportagem sobre a reivindicação dos vendedores ambulantes em relação a uma suposta operação mista envolvendo os agentes da Polícia Municipal e alguns vereadores para o cumprimento do pagamento de novas taxas fiscais mensais de 500.00 meticais.

Os agentes implicados são: Simão Francisco, Faruk Gerente e Desejo Figueiredo, devidamente identificados como protagonistas da agressão dos jornalistas Marcos Nazário Tenesse e Naima José Gimo.

A violência aconteceu  na presença da Vereadora local, Dircia Pessa, que, segundo o documento, nada fez, limitando-se a assistir o episódio como se de filme de acção se tratasse.

Os jornalistas vítimas desta agressão contaram ao FORCOM que depois de receberem denuncias dos vendedores e consequente  confusão aproximaram-se para aferir de perto o que estava a acontecer.

No  local  os jornalistas constataram que os vendedores contestavam a pressão e modalidade daqueles membros na cobrança de impostos. Quando se aperceberam da presença da imprensa optaram por agressão física e ameaças.

Sabe-se que a Direção da Rádio Comunitária Catandica denunciou ao Comando Distrital os Polícias Municipais envolvidos na agressão.

O Comando Distrital se comprometeu a dar seguimento do caso para a devida responsabilização dos agentes ora identificados.

Já em Maputo, O FORCOM participou o assunto ao  MISA Moçambique – Instituto de Comunicação Social da África Austral, (RMDDH) – Rede Moçambicana de Defensores de Direito Humanos e, ao Conselho Provincial de Manica da Ordem dos Advogados de Moçambique para que em conjunto se reforce  a voz de repúdio e condenação a esta violência.

O FORCOM lembrou que a liberdade de imprensa constitui um princípio incondicional no quadro da materialização dos direitos fundamentais e humanos intransponíveis.

ʼʼA agressão aos jornalistas representa um grave golpe contra a liberdade de imprensa, um dos fundamentos básicos do Estado de Direito e Democrático. Basta de agressões, ameaças e intimidações a voz da Comunidade, exigimos responsabilização disciplinar e criminalʼʼ, sublinha o documento recebido na nossa redacção

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