
As longas filas que se registam nas bombas de combustível nas cidades de Tete, Beira e Chimoio no centro do país denunciam a escassez desse produto.
Na cidade da Beira, os automobilistas enfrentam um verdadeiro labirinto de dificuldades para encontrar gasolina, uma situação que, segundo relatam, já perdura por três longas semanas.
Em Tete, a situação é ainda mais crítica: os automobilistas têm se deparado com a escassez há dois meses, com apenas uma bomba operando, o que cria um clima de apreensão sobre a possibilidade de uma ruptura iminente no stock. E em Chimoio, na província de Manica, a falta de combustível se revela de forma alarmante, com cerca de oito das 20 bombas de abastecimento secas até a última quarta-feira.
A Importadora Moçambicana de Combustíveis (IMOPETRO) diz que a situação está controlada. O porta-voz da IMOPETRO, Celso Banze, diz que há combustíveis líquidos suficientes para cobrir 22 dias.
Diante de relatos preocupantes e reclamações, Banze se empenha em esclarecer as queixas. “Não se trata de dificuldade de importação ou reposição de produtos petrolíferos”, enfatiza. Ele destaca que as normas do sector exigem um stock mínimo de 22 dias, e é exatamente isso que a IMOPETRO possui. Contudo, admite que podem ocorrer falhas pontuais em algumas bombas devido a imprevistos.
Banze enfatiza que o abastecimento de combustíveis está em pleno fluxo, e para corroborar isso, revela que um navio estava atracado em Nacala, descarregando gasolina e gasóleo. Além disso, anuncia a chegada de outra embarcação prevista para hoje em Pemba, Cabo Delgado. Os planos de descarregamento em Maputo e Beira de gasolina, gasóleo e Jet (combustível para aviação) estavam agendados para ontem e hoje, sublinhando a regularidade desse fluxo.
“Nosso compromisso com o abastecimento contínuo é sólido”, afirma Banze, transmitindo uma mensagem de resiliência. Ele menciona os descarregamentos recentes em várias cidades: Maputo no dia 19, Beira no dia 21 e Pemba no dia 18. No entanto, a realidade enfrentada por muitos cidadãos ainda gera um eco de inquietação e frustração.
A escassez de combustível em Moçambique não é apenas um desafio logístico, mas um reflexo das complexidades que envolvem a gestão de recursos essenciais. Enquanto a IMOPETRO promete um abastecimento estável, as vozes dos consumidores clamam por soluções rápidas e eficazes, na esperança de que o fluxo de combustível se restabeleça em todas as regiões, dissipando as nuvens da incerteza que pairam sobre o país.