Jornalismo ao pormenor

Economia: números que revelam avanços e sombras no desempenho do Governo

Do Conselho de Ministros

O Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) referente ao primeiro semestre de 2025 apresenta um retrato ambíguo da governação moçambicana. Dos 231 indicadores avaliados, 58% atingiram as metas estabelecidas, enquanto 18% ficaram aquém do esperado – um resultado que o Governo considera positivo, mas que levanta questões sobre a eficácia e a real capacidade de execução em áreas críticas.

Apesar de a receita do Estado ter atingido 44,5% da previsão anual, a despesa sofreu um corte de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso pode indicar uma tentativa de contenção orçamental num momento de crise, mas também levanta dúvidas sobre a capacidade de investimento público em setores estratégicos.

O PIB contraiu 3,9% devido a fatores externos e internos – desde ciclones e tensões internacionais até instabilidade política e segurança. O Governo defende que, mesmo nesse cenário, houve melhorias na estabilidade macroeconómica, mas a população ainda sente os efeitos no bolso e no dia a dia.

Questão à Lupa: será que o discurso de “melhoria da estabilidade” não mascara a fragilidade real da economia, que continua excessivamente dependente de fatores externos e vulnerável a choques climáticos e políticos?

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