
Diddy escapa das acusações pesadas, mas não sai ileso
Rapper e produtor norte americano Sean “Diddy” Combs foi quarta-feira absolvido das acusações mais graves que enfrentava na Justiça dos Estados Unidos. No entanto, foi considerado culpado de dois crimes relacionados com a prostituição. O caso foi julgado em Manhattan, Nova lorque, e durou sete semanas.
Diddy foi ilibado das acusações de conspiração para crime organizado e de tráfico sexual, mas o júri entendeu que ele transportou pessoas com intenção de promover prostituição, o que também é crime. Por isso, o artista pode ser condenado a até 20 anos de prisão, sendo 10 anos por cada uma das duas acusações.
Apesar de a defesa ter pedido a sua libertação sob fiança, a procuradora Maurene Comey insistiu para que Diddy continue detido até ser conhecida a sentença final. Ela argumentou que o magnata representa um perigo para as vítimas e para a sociedade. O artista está preso desde Setembro de 2024, numa cadeia federal em Brooklyn.
O caso ganhou grande atenção mediática depois de Cassie Ventura, ex-namora-da de Diddy, o ter acusado de tráfico sexual em Novembro de 2023. A partir daí, mais de 100 pessoas também apresentaram queixas contra o artista, com acusações de abuso físico, sexual e psicológico.
Durante o julgamento, foi mostrado um vídeo onde Diddy aparece a agredir Cassie num hotel em Los Angeles. Segundo a cantora, ela estava a tentar fugir de uma das festas privadas organizadas pelo rapper, conhecidas como “freak offs”, onde eram realizadas actividades sexuais forçadas, muitas vezes com uso de drogas e com trabalhadores do sexo. Uma outra mulher, identificada apenas como “Jane”, também testemunhou contra o rapper, dizendo que ele a forçou a praticar sexo oral com um trabalhador sexual. Ambas alegam que foram agredidas fisicamente e obrigadas a participar em situações degradantes. Os procuradores explicaram que Diddy usava o seu poder e fortuna para organizar estas festas, controlar as vítimas e filmar os encontros sexuais. Em buscas feitas às casas do artista, foram encontradas drogas e mais de mil frascos de óleo de bebé e lubrificante, que seriam usa- dos nestas festas. Apesar de todas estas provas, o júri não considerou que os actos constituíssem tráfico sexual nem conspiração para crime organizado. A defesa reconheceu que Diddy teve comportamentos violentos em relações íntimas, mas alegou que isso não equivalia a crimes federais mais graves. Ainda não se sabe quando será conhecida a sentença final, mas o Ministério Público já deixou claro que vai pedir uma pena pesada. Diddy poderá escapar à prisão perpétua, mas continua a enfrentar muitos anos atrás das grades.
Para os procuradores, estes actos sustentavam a acusação de conspiração para crime organizado. O júri discordou também desta acusação e considerou que Diddy não era culpado.