Jornalismo ao pormenor

Dezoite pessoas brutalmente assassinadas e o governo no silêncio

Um ataque protagonizado pelo grupo extremista, na madrugada de hoje, 05, em Cabo Delgado, resultou na morte de sete pessoas e quatro feridos, informou a polícia moçambicana (PRM).

Com esta incursão, sobe para 18 o número de mortos, vítimas de acções de homens armados, depois de na semana passada, o mesmo grupo ter decapitado 11 pessoas, entre adultos e adolescentes.

Segundo o porta-voz do Comando da PRM, Inácio Dina, o grupo que protagonizou o ataque era composto por seis indivíduos que atearam fogo destruindo 164 casas e quatro viaturas, na aldeia de Naunde, no distrito de Macomia.

A PRM entende que este grupo pode fazer parte de um outro, cujos membros (nove) foram mortos no final de semana durante o confronto com as Forças de Defesa e Segurança (FDS).

“Acreditamos que estes são os membros que conseguiram escapar durante a confrontação com as Forças de Defesa e Segurança no final de semana”, disse Dina.

Esta afirmação converge com os dados preliminares de um estudo intitulado “Radicalização islâmica no norte de Moçambique: caso de Mocímboa da Praia”, segundo o qual existe um grupo principal que se subdivide em vários pequenos como forma de evitar a sua fragilização.

Governo no silêncio

Entretanto, no dia em que o país acordou sobressaltado por causa de mais uma tragédia, o Governo reuniu-se em mais uma sessão do Conselho de Ministro, sem, no entanto, tocar o assunto que tira sono a muitos moçambicanos.

“Não discutimos esse assunto”, disse Armindo Ngunga, porta-voz do Conselho de Ministros, durante a conferência de imprensa, em resposta a uma questão colocada pelo jornalista relativa aos ataques que tiveram lugar em Cabo Delgado.

A Polícia que poderá contar com o apoio da República Democrática de Congo no combate ao radicalismo, disse estar a perseguir o grupo que, entretanto, com os confrontos com as Forças de Defesa e Segurança tem estado a deslocar-se para outras zonas, expandido, assim, as suas incursões.

 

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