Jornalismo ao pormenor

China e África buscam futuro com cooperação de princípios

Cinco anos se passaram desde que o presidente chinês Xi Jinping apresentou a política da China para a África na Tanzânia, o que traçou um roteiro para o futuro dos laços China-África na nova época e resultou em amizade tradicional e cooperação China-África mais estreitas, assim como confiança mútua política mais forte.
A política, que segue os princípios de sinceridade, resultados concretos, afinidade e boa fé, foi anunciada por Xi durante sua primeira visita à África desde que ele tomou posse como presidente  em 2013.
Com base nestes princípios, a China e a África, combinando sua sabedoria e forças, criaram um caminho para o desenvolvimento comum que é estabelecido para disponibilizar laços mais fortes que nunca houve entre o país asiático e o continente africano, que abrigam mais de 2,5 bilhões de pessoas, cerca de um terço da população do mundo.

COOPERAÇÃO FRUTÍFERA CHINA-ÁFRICA
   Os fatos falam mais alto do que palavras.
Nos cinco anos, os casos reais de cooperação mutuamente benéfica e amizade são abundantes.
Um exemplo mais recente e notável está em Moçambique, nação no sul do continente, onde um projeto de ponte marítima e estradas, de 187 km e construído por uma empreiteira chinesa,  tornou-se o novo marco do horizonte da capital de Moçambique.
O projeto com investimento de US$ 785,8 milhões, dos quais 95% vêm da China, está sendo construído pela China Road and Bridge Corporation (CRBC) e deve ser inaugurado oficialmente em junho.
Disponibilizará transporte mais fácil entre a  capital e a periférica Katembe e também ligará Moçambique com o sul da África do Sul, promovendo o comércio e o turismo.
A ponte se estende por 680 metros sobre a Baía de Maputo.
“Eu gosto de trabalhar no projeto da ponte. Embora trabalhe apenas de forma não integral, o pagamento é satisfatório”, disse Francisco Alberto, de 24 anos de idade.
O gerente do projeto da CRBC, Cao Changwei, disse que a empresa gerou mais de 20 mil empregos, de tempo integral e parcial, para os moradores locais. Com a aproximação da conclusão do projeto, a companhia está contratando mais 3.800 locais. A equipe chinesa soma 467.
Nas nações do leste da África, Etiópia e Quênia, projetos construídos por chineses incluem a ferrovia Etiópia-Djibouti, trem urbano de Adis Abeba e a ferrovia Nairóbi-Mombaça, que são mais provas de que a cooperação China-África contribui para o crescimento e emprego locais e a integração regional.
No assunto humanitário, a China tem uma missão de manutenção da paz de mais de mil integrantes no Sudão do Sul, onde a guerra civil entrou no quinto ano. A China também enviou equipes médicas rotacionais para o país desde 2012.
O ministro interino das Relações Exteriores do Sudão do Sul, Martin Lumoro, disse no início deste mês que os médicos chineses contribuíram muito para o setor de saúde do país.
“A China é o único país nos ajudando. Outros (países) estão fugindo do Sudão do Sul, mas a China está vindo para ajudar. Nós não podemos esquecer este tipo de assistência para as pessoas do Sudão do Sul”, indicou Lumoro.
Na oeste do continente, onde o surto de Ebola infligiu devastação em 2014, a China enviou imediatamente trabalhadores médicos e especialistas em doenças contagiosas para Guiné, Libéria e Serra Leoa para ajudar as três nações a superar a crise. As empresas chinesas com base em Serra Leoa também eram as primeiras equipes estrangeiras de resgate para fornecer ajuda depois da torrente de lama causada pela chuva, que matou mais de mil pessoas na capital  Freetown em agosto de 2017.
Ndrianja Ratrimoarvony, pesquisador em relações China-África com base em Madagáscar, disse à Xinhua que a China jamais interfere nos assuntos internos dos países africanos e segue o princípio de respeito mútuo, o que leva a resultados de ganhos recíprocos para ambos os lados.
“É por isso que mais países africanos estão começando a dar maior ênfase aos laços bilaterais com a China, em comparação com as relações com a França ou os Estados Unidos”, opinou Ratrimoarvony.

FÓRUM DE COOPERAÇÃO CRIA LAÇOS MAIS FORTES
A cúpula do Fórum de Cooperação China-África (FCCA), realizada em dezembro de 2015 em Joanesburgo,  foi um marco para os laços bilaterais. Enviou uma forte mensagem à comunidade global de que a China e a África ficam juntas e ganham juntas.
A maioria dos planos de cooperação, anunciados durante a cúpula e concentrados na industrialização, agricultura, infraestrutura, finanças, facilitação do comércio, redução da pobreza e saúde pública, entre outros, foram alcançados.
A modernização agrícola, por exemplo, é um importante plano de cooperação entre a China e Moçambique. Em uma entrevista à Xinhua, o embaixador chinês para Moçambique, Su Jian, disse que o projeto de fazenda de arroz Wanbao, na Província de Gaza, é um modelo exemplar para a cooperação China-África.
“O projeto ajudará muito Moçambique a lidar com sua escassez de arroz de até 600 mil toneladas anualmente”, disse Su, observando que os agricultores locais estão aprendendo com novos habilidades e tecnologias agrícolas das companhias chinesas e melhoraram suas vidas.
“Isto mostra claramente como os princípios chineses em sua política para a África estão beneficiando a população comum”, destacou Su.
O sucesso destas iniciativas de cooperação também recebeu elogio de instituições independentes. Um relatório da McKinsey & Company em 2017, uma empresa de consultoria comercial, disse que a China se tornou o mais importante parceiro econômico da África em duas décadas. “Através do comércio, investimento, financiamento de infraestrutura e assistência, nenhum outro país tem tal profundidade e largura de engajamento na África”, disse.
Indicou que as empresas chinesas estão trazendo investimento de capital, expertise em gestão e energia empresarial para cada canteiro do continente, e ao fazer isso elas estão ajudando a acelerar o progresso das economias africanas.
“Em Madagáscar e outras partes da África, grandes empresas técnicas chinesas como Huawei e a ZTE têm uma forte presença”, segundo Ratrimoarvony. “Em muitas vilas e até vilarejos da África, você também pode ver chineses fazendo negócios. Suas atividades comerciais se tornaram uma parte das vidas socioeconômicas na África, e isto é um forte sinal da cooperação muito robusta entre a China e a África.”
“As relações bilaterais apenas crescerão mais fortes com o passar do tempo, como os líderes chineses e africanos estão explorando constantemente nova áreas de cooperação e fortalecendo a confiança mútua”, disse ele.

GRANDES PLANOS PARA DESENVOLVIMENTO COMUM
Em setembro, uma nova cúpula do FCCA será realizada em Beijing, onde os mais importantes elaboradores de políticas da China e da África devem consolidar importantes planos de cooperação.
A China e as nações africanas devem alinhar suas estratégias de desenvolvimento e coordenar suas políticas sob a Iniciativa do Cinturão e Rota, as Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU e a Agenda 2063 da União Africana.
“A China e a África são sempre uma comunidade de destino comum porque elas compartilham uma amizade bem enraizada e a mesma busca de desenvolvimento e prosperidade”, disse o mais alto legislador da China,Li Zhanshu, que está fazendo uma visita a três nações africanas: Etiópia, Moçambique e Namíbia, de 9 a 18 de maio.
Li, presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, disse que a China está contente em ver uma África unida, pacífica e próspera e está pronta para avançar sua cooperação abrangente e prática com o continente, expressando a esperança de ter mais resultados frutíferos dentro dos quadros da Iniciativa do Cinturão e Rota e FCCA.
O mais alto legislador também expressou a convicção de que a China e a África trabalharão juntas para tornar a cúpula de Beijing do FCCA em setembro um evento histórico, para avançar na cooperação China-África.
Atualmente, a África subsaariana está testemunhando uma aceleração do crescimento, com a economia regional devendo recuperar para 3,4% este ano a partir de 1,4% em 2016, o nível mais baixo em 20 anos, previu o Fundo Monetário Internacional em seu relatório de perspectiva econômica para a região.
O relatório destacou o papel da Iniciativa do Cinturão e Rota em apoiar o investimento privado na África. Disse que os países como Quênia, Etiópia, Moçambique, África do Sul e Tanzânia estão buscando envolvimento ativo, e que a cobertura provavelmente se expandirá com o passar do tempo.
A iniciativa pode ajudar a África subsaariana a se integrar melhor às cadeias de valor mundiais, acrescentou.
Stephen Ndegwa, conferencista de política pública da Universidade Internacional África dos EUA, com sede no Quênia, disse que a África do leste e sul pode ser importante base para os projetos relacionados à iniciativa.
Ele disse que, como a China está comprometida a mais reforma e abertura, os fundos e tecnologias da China interagirão estreitamente com os recursos naturais, dividendos demográficos e potenciais de mercado da África, deste modo criando novo crescimento para ambos os lados.

Fonte: Xinhua

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