CABO DELGADO: Mulheres escapam de cativeiro do grupo armado
A Polícia República de Moçambique (PRM) afirma estar na custódia de três mulheres e igual número de crianças que conseguiram fugir de um grupo armado que se dedica a instalar terror em Mocímboa da Praia, distrito da província nortenha de Cabo Delgado.
As mulheres em alusão, que se encontram com as autoridades policiais desde sábado último, afirmam que foram parar no referido cativeiro a convite dos seus maridos que lhes prometeram um eldorado em Mocímboa da Praia.
Segundo contam, foram levadas durante a noite até um local desconhecido nas matas que mais se parece com um quartel. No local, retiraram-lhes telemóveis, impedindo deste modo a comunicação com o mundo exterior.
O porta-voz da PRM a nível daquela província, Augusto Guta, confirmou o facto ao Lupa News, entretanto, não deu mais pormenores, alegando estar a organizar mais informações que seriam depois transmitidas ao público. “Confirmo, mas vou organizar e passar mais informação sobre o assunto”, disse.
Há cerca de três semanas, na província de Cabo Delgado, foram reportados casos de duas pessoas com cabeças decepadas alegadamente pelo grupo armado e destemido que quer implantar um Estado Islâmico na região norte do país.
Acredita-se que o grupo, denominado “Al-Suna”, tenha origem na Somália e o cabecilha radicalizado no Quénia, estando neste momento a descer até a zona austral do continente africano.
Há, no entanto, alguma relutância em algumas instituições moçambicanas em aceitar aquela realidade que vem acontecendo desde início de Outubro. O facto mais recente é a declaração do ministro da Defesa, Atanásio Ntumuke, quando recebia uma delegação da Zâmbia que falou de terrorismo e da necessidade de os países da região combate-lo. Ntumuke falou especificamente de terrorismo que vem da Somália que atingiu os grande Lagos e está atingir a nossa região.
Esta declaração está em rota de colisão com as declarações da polícia que quer considerar estes actos claramente levados a cabo por estas milícias islâmicas na zona de Palma e Mocímboa como actos de crime do domínio comum sem qualquer politização e ideologização.
Estes mesmos grupos continuam a reivindicar o fundamento religioso para suas actividades como determinadas práticas evidenciam essa matriz ideológica, nomeadamente a degola de algumas vítimas.