Jornalismo ao pormenor

Bicicleta galesa leva real a 13ª “orelhuda”

Jurgen Klopp e Zinedine Zidane têm sentimentos diametralmente opostos, porque diametralmente opostos tem sido seus fados. Enquanto o do alemão enfada, o do francês baila a ritmo de fado, não tivesse ele um português em sua orquestra. Essa realidade voltou a ser atestada ontem, em mais uma noite de decisão do futebol europeu.

Em Kiev, o início mais fulgurante do Liverpool chegou a trazer esperança de que Klopp pudesse quebrar o enguiço. Nada mais enganador. Quebrada ficou a forca anímica da equipa de anfield quando, ainda antes da meia hora, perdeu, por lesão, a sua principal referência – Mohamad Salah. Inconformado, o egípcio regou o relvado com lágrimas. Carvajal – também forçado a sair por lesão – fez os mesmo, instantes depois.

Infelicidade de parte a parte, mas foi a saída do Faraó que mais impactou no jogo. Klopp lançou Adam Lallana e fez derivar Sadio Mané para o corredor direito. A defesa do Real agradeceu. Primeiro, porque Lallana, sendo um médio criativo, não tem apetência para grandes acelerações. Segundo, porque Mané rende claramente melhor encostado à esquerda, quer a flectir para o meio, quer a explorar a linha do fundo.

A primeira parte termina com os blancos na Mó de cima e os reds a clamarem pelo intervalo. A segunda começa com os espanhóis a sonharem, ao mesmo tempo em que Loris Karius dava inicio ao pesadelo dos ingleses. Displicente, e na tentativa de repor a bola em jogo com a mão, o alemão é surpreendido pelo oportunista Karim Benzema, que com a ponta do pé, desvia o esférico para a baliza. Tao anedótico quanto cruel!

A resposta dos ingleses não tardou a chegar e teve assinatura africana. Após cabeamento de Lovren, Mané antecipa-se a Keilor Navas e reestabelece a igualdade. Décimo golo do senegalês, que trazia novo alento para o Liverpool, pensou-se. E as coisas até se mantiveram equilibradas, até a entrada de Bale. Num momento de absoluta magia, o gales fabrica uma bicicleta e leva a bola ao fundo das malhas.

Desde logo, tornou-se na figura da noite. Sentimento que ficou ainda mais consolidado quando bisou com um remate a trinta metros, num monumental frango de Karius, que teve uma noite

Absolutamente fantasmagórica. De resto, a noite do guardião alemão é a perfeita definição de azar.

No final, sorrisos brancos e lágrimas vermelhas. Zidane segue a sua odisseia de conquistas europeias, enquanto Klopp acrescentou mais uma pagina triste no seu livro de finais. Liga dos Campões são sempre 32 equipas, mas no final vence sempre o Real Madrid!

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