Jornalismo ao pormenor

Artistas levam arte de rua para debate na academia

Num workshop organizado pela Bloco 4 Foundation (B4F), organização não governamental, e o Departamento de Sociologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), artistas defenderam a necessidade de ser eliminar os estereótipos que ensombram as artes.

O evento denominado “Maputo Street Art: A juventude, o imaginário urbano e social” pretendia ser um espaço de reflexão em torno das diversas intervenções artísticas protagonizadas no espaço urbano por movimentos juvenis de arte da rua.

Esta foi a forma que os organizadores encontraram de trazer para a academia temas pouco explorados neste espaço e, através da voz dos próprios artistas, suscitar debates e pesquisas académicas, explicou o director da B4F, o antropólogo Tirso Sitoe.

Alberto Correia, artista visual; Francisco Luís, da Maputo Skate; e a AfroIvan, artista plástico, oradores deste encontro, moderados pelo sociólogo Baltazar Muianga, defenderam a pertinência de se acabar com os estereótipos em relação às artes e moda, como, por exemplo, a ideia que muitas vezes paira no imaginário de muita gente de que a pintura é só para gente rica.

Para tal, através das suas organizações, promovem oficinas de artes nos bairros, permitindo assim uma interacção directa com as pessoas e, por via disso, a quebra dos estereótipos que ensombram as artes.

No entanto, estes reconhecem dificuldades no exercício das suas actividades artísticas, mas acreditam que para se ultrapassar qualquer que seja o desafio é preciso foco, determinação e perseverança.

“Como artistas nos guiamos por estas palavras. A determinação e imposição são as nossas palavras-chave,” disse Alberto Coreia Brown, para quem a arte é uma forma de se libertar dos padrões impostos no mundo.

“Vivemos num mundo que já foi padronizado e quando se faz algo diferente és visto como sendo o estranho da história. A imposição para o artista é muito importante,” sustentou Brown.

Faltam espaços para skate em Maputo

Já na discussão sobre a prática de skate em Maputo, sobressaiu a ideia de falta de espaço para essa actividade. “Os melhores lugares para se construir skate-parque estão a virar centros de negócios e isso é muito mau. A existência destas pistas de skate constitui uma oportunidade de afastar os adolescentes e jovens das actividades ilícitas e das drogas”, argumentou Francisco Luís, presidente da Maputo Skate, uma organização sem fins lucrativos que empodera crianças e jovens através da prática do Skate, como forma de ocupá-los em seus tempos livres.

Na sua explanação, Francisco Luís falou do espírito empreendedor que deve ser introduzido nas pessoas ainda na tenra idade, dá-las a visão sobre as inúmeras possibilidades do que podem ser e mostrá-las exemplos de outras pessoas em quem se possam inspirar.

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