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Arrancam negociações de paz para RD Congo

Arrancam nesta terça-feira, 18 de Março, em Luanda, Angola, as negociações de paz directas entre o Governo da República Democrática do Congo (RD Congo) e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23). O governo da RD Congo confirmou, no domingo, a sua participação nas negociações de paz com o M23.

“Recebemos o convite do mediador e vamos ouvi-lo. Uma delegação congolesa vai viajar para Luanda na terça-feira (hoje), por iniciativa dos mediadores”, disse Tina Salama, porta-voz do Presidente da RD Congo, Félix Tshisekedi.

Salama confirmou a participação do seu país depois de João Lourenço ter apelado, no sábado, a um cessar-fogo entre as partes, a partir de domingo, para facilitar as negociações.

Através da rede social X, o M23 confirmou ontem que enviaria uma delegação para negociações na capital de Angola. A delegação de cinco membros partiu ontem para Luanda para tomar parte no diálogo a pedido das autoridades angolanas”, disse Lawren-ce Kanyuka, porta-voz da aliança rebelde AFC que inclui o M23

O grupo rebelde acusou o governo congolês de querer “sabotar” o diálogo, alegando que as forças governamentais bombardearam indiscriminadamente “zonas densamente povoadas” e atacaram posições rebeldes nos últimos dias.

O Presidente angolano anunciou na passada quarta-feira o início das negociações directas de paz entre o governo da RD Congo e o M23, hoje, na capital angolana.

Horas depois do anúncio, na noite de quarta, o M23 assumiu o controlo da Ilha Idjwi, no Lago Kivu e o grupo passou a controlar sete dos oito territórios que compõem a província oriental do Kivu do Sul.

No leste daquele país, a actividade armada do M23 um grupo constituído sobretudo por tutsis, que sofreu o genocídio do Ruanda em 1994-foi retomada em Novembro de 2021 com ataques relâmpago contra o Exército congolês.

Desde 1998 que o leste da RD Congo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (MONUSCO).

 

 

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