Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial nas eleições de 09 de Outubro de 2024 e, agora, autoproclamado presidente eleito do povo moçambicano, vai ser ouvido esta segunda-feira, às 09h00, pela Produradoria Geral da República (PGR), em uma audiência que visa prestar esclarecimento no âmbito do processo-crime instaurado no ano passado no qual o Mondlane é acusado de incitamento à desobediência colectiva, no quadro das manifestações violentas pós eleitorais por si convocadas, escreve o Notícias, citando fontes da PRG.
De acordo o matutino, Mondlane terá sido notificado da audiência na última quinta-feira, dia 27 de Fevereiro.
No processo-crime, registado sob o número 773/11/P/2024, Venâncio Mondlane é acusado de incitamento sistemático de manifestações que, no entender da PGR, foram ilegais.
Em muitas ocasiões, as manifestações que se iniciaram após ao bárbaro assassinato do advogado de Venâncio Mondlane, Elvino Dias e de Paulo Guambe, mandatário do PODEMOS – partido que suportou a candidatura de Mondlane – resultaram em confrontos directos entre os manifestantes e a Polícia da República de Moçambique (PRM), com registo de mortes, feridos graves e danos em infra-estruturas públicas e privadas.
Nesses confrontos, a Polícia é apontada como tendo agido com excesso de violência, muitas vezes recorrendo a gás lacrimogénio e balas verdadeiras para dispersar os manifestantes, uma postura que, de acordo com a opinião pública, revela o despreparo das forças polícias para lidar com situações as manifestações.
Para além deste processo-crime, o antigo candidato presidencial enfrenta vários processos cíveis instaurados no ano passado em algumas províncias.
Num dos processos tramitados na cidade de Maputo, a Procuradoria exige o pagamento de 32 milhões de meticais por danos patrimoniais provocados pelas ma nifestações
Em finais de Janeiro do ano em curso, a PGR comunicou a instrauração de processos-crime contra o ex-candidato presidencial, alegadamente por este estar a cometer ilegalidades puníveis à luz da Constituição da República.