A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), da Universidade Lúrio, em Nampula, província da região norte do país, foi aberta em 2017. Desde o ano passado tem-se destacado pelos cursos oferecidos, dinamismo, uma educação que impulsiona cidadania, promoção de valores culturais, projecção nacional e internacional, entre outros aspectos.
O Director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, João Salavessa, em entrevista a LUPA, fala dos trabalhos feitos, dificuldades, soluções, perspectivas bem como o impacto social da faculdade no norte de país, onde o ensino é necessário e a qualidade é prioridade.
LUPA NEWS (LN): Qual é a situação actual da FCSH?
João Salavessa (JS): A FCSH encontra-se actualmente no seu segundo ano de actividade, em processo de instalação e em crescimento.
LN: Como foi 2017?
JS: Uma análise positiva, em que a FCSH cresceu acima da média prevista e se está afirmar cada vez mais a todos os níveis, fruto de uma abordagem distintiva na organização da faculdade e no trabalho académico e científico que desenvolvemos, que procuramos que se reja por padrões de exigência e de qualidade de nível internacional.
LN: Para este ano, quantos estudantes foram inscritos?
JS: Actualmente temos 223 estudantes a frequentar as nossas licenciaturas, tendo entrado para o primeiro ano deste ano lectivo 117 alunos, 58 para Desenvolvimento Local e Relações Internacionais e 59 para Turismo e Hotelaria.
LN: Os docentes corresponde ao universo dos estudantes?
JS: Para já, sim. Mas, vamos contratar mais, pois com a entrada em funcionamento do 3º ano das licenciaturas em 2019, vão ser necessários. Porém, o processo de contratação será cuidadoso, não nos interessa tanto o número, mas a capacidade e qualidade dos docentes contratados.
LN: Que perspectiva para 2018?
JS: O ano já vai quase a meio, estamos actualmente preocupados em concretizar os compromissos já assumidos a nível local e internacional, sem deixar de lado a planificação de novos comprometimentos e objectivos de crescimento para 2019. Porém, a ocupação plena do novo espaço disponibilizado à FCSH/UniLúrio, o edifício das TDM na Ilha de Moçambique é o nosso principal foco, juntamente com instalação do Centro de Desenvolvimento Académico e Inovação Lúrio que ficará sediado na FCSH, mas servirá toda a universidade.
LN: E os desafios?
JS: As limitações estruturais e de recursos humanos inerentes ao território em que estamos inseridos são a nossa principal condicionante e dificuldades que temos de enfrentar todos os dias, que consequentemente aumentam o nível de luta e as exigências para a realização de trabalho diário.
LN: Como está a pesquisa na FCSH?
JS: Presentemente a FCSH têm uma única linha de pesquisa a funcionar, no âmbito da economia do desenvolvimento, que se materializa no projecto “Desenvolvimento Resultante da Extracção de Recursos Minerais.”
LN: Qual é a situação da mobilidade e formação de docentes?
JS: Há promoção da mobilidade de âmbito nacional, mas principalmente internacional não só de docentes mas também de alunos da FCSH.
LN:Ao longo da conversa mencionou a componente de Graduação. O que há concretamente?
JS: Actualmente temos 2 licenciaturas, a de Turismo e Hotelaria e a de Desenvolvimento Local e Relações Internacionais, foram 2 licenciaturas estrategicamente escolhidas para o inicio de actividades desta faculdade, por se tratar de ciências sociais aplicadas esperamos que venham a contribuir activamente para o desenvolvimento da região em que estamos inseridos.
Também está em funcionamento, durante este ano lectivo o Curso de Formação Avançada em Gestão Estratégica Aplicada à Hotelaria e Destinos Turísticos. A médio prazo pretendemos disponibilizar uma licenciatura em Comunicação e Media.
LN: Há uma componente existente na UniLúrio que tem a ver com a extensão. Como está essa actividade na FCSH?
JS: Estamos a preparar e vamos iniciar no próximo semestre o programa “Um estudante, uma Família”, procurando uma interacção directa com a população do bairro de Macuti na Ilha de Moçambique a fim de minimizar a segregação que este bairro tem sofrido ao longo dos tempos e incluir as pessoas que lá habitam no âmbito das actividades da faculdade.