A organização Mundial de Saúde, OMS, cancelou a escolha de Mugabe a embaixador de boa vontade da organização. A decisão surge após críticas que aparecem praticamente de toda a parte. De acordo com as críticas, Mugabe não pode ser embaixador de boa vontade da OMS uma vez que lidera um país com problemas sérios de saúde e, ele próprio, viaja para outros países a procura de tratamento condigno.
As críticas se intensificaram neste fim-de-semana após a organização informar a intenção da escolha de Robert Mugabe para a referida posição. Ontem, a OMS não resistiu aos apelos que discordam com o facto e informou, através da rede social, que estava a repensar na nomeação de Robert Mugabe como embaixador de boa vontade. E a qualquer momento poderia actualizar. Ei-lo que hoje, Domingo, a OMS anuncia que Mugabe já não será embaixador de boa vontade da organização.
Ontem, dentro do país, o activista e defensor dos direitos humanos no Zimbabwe Doug Coltart escreveu no Twitter, diga-se, de forma sarcástica: “Um homem que apanha o avião para Singapura para tratamento médico porque destruiu o sistema de saúde do Zimbabwe é embaixador da boa vontade da OMS”.
Sabe-se que o Sistema de saúde no Zimbabwe, como muitos outros serviços públicos, entrou em colapso com o regime de Mugabe. A maior parte dos hospitais tem falta de medicamentos e equipamentos, enfermeiros e médicos ficam muitas vezes sem salários.
No Zimbabwe, o principal partido da oposição, MDC, considerou a nomeação “ridícula”. “O sistema de saúde do Zimbabwe está num estado caótico, é um insulto”, declarou à AFP o porta-voz do partido, Obert Gutu.
Fora do país, o Reino Unido, antiga potência colonial, juntou-se às críticas, considerando a decisão da OMS “surpreendente e decepcionante, em particular à luz das sanções dos Estados Unidos da América e da União Europeia contra ele”. Os Estados Unidos da América consideraram a escolha igualmente “decepcionante”. “Esta nomeação contradiz claramente os ideais das Nações Unidas de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana”, afirmou o Departamento de Estado.
Ontem, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde afirmara que estava a repensar a nomeação do Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, como embaixador da boa vontade da OMS, após a condenação que a escolha suscitou. Numa mensagem publicada no Twitter, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse: “Estou atento às vossas preocupações e a repensar a questão segundo os valores da OMS. Farei uma declaração logo que possível”. Mais uma vez, ei-lo que a declaração já surgiu, Mugabe está fora da escolha.
Fonte: RTP e Notícias ao Minuto