‘’Um ataque atribuído aos grupos extremistas está a ocorrer na vila sede do Distrito de Palma, no extremo norte de Cabo Delgado’’, publicou, na noite de ontem, o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD). Segundo a organização, ainformações ainda são escassas (isto na noite de ontem), mas residentes locais confirmaram vários tiroteios na vila, situação que obrigou centenas de pessoas a fugiram para as matas.
Segundo o CDD, há relatos de empresas que evacuaram seus acampamentos e levaram os trabalhadores para locais considerados seguros. A vila de Palma fica a menos de 50 quilómetros de Afungi, local onde decorrem as obras de construção do complexo de gás natural liquefeito do Projecto Mozambique LNG, liderado pela francesa Total.
Um relato publicado na RTP descreve que na vila ouvem-se disparos de metralhadora e a população está em fuga após relatos da entrada de grupos armados a partir de dois locais, no lado sul que dá acesso a Mocímboa da Praia e em bairros de Palma na ligação para Nhica do Rovuma.
Segundo uma das fontes, continua a RTP, em um trabalho da LUSA, os contactos deixaram de funcionar pouco tempo depois dos primeiros telefonemas a dar conta da situação, pelo que são conhecidos poucos detalhes.
As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas mantêm forte presença em Palma, acrescentou. Outra fonte em contacto com Palma indicou que há estabelecimentos a ser assaltados. Uma outra confirmou a fuga da população e deu conta de que há helicópteros a sobrevoar a vila.
A Lusa referiu aque tentou obter informação junto das Forças de Defesa e Segurança (FDS), mas sem sucesso.
A instabilidade em Palma surge no dia em que o Governo moçambicano e a petrolífera Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial de Afungi, adjacente à vila de Palma, após reforço das condições de segurança.