Retorno de tranquilidade na fronteira entre Marrocos e Mauritânia projecta paz e crescimento da economia na região

Desde 21 de Outubro de 2020, a fronteira entre o Marrocos e a Mauritânia conhece tensões ligadas à presença de elementos da Frente Polisário, apoiados e armados pela Argélia, numa zona tampão, sujeita ao controlo das Nações Unidas.

 Estas tensões, que constituem uma alteração do Status Quo, vão se acentuando pela persistência do bloqueio dos movimentos tradicionais de mercadorias e pessoas entre a Europa e África, e especialmente após a votação, em 30 de Outubro de 2020, da Resolução 2548, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que define claramente os meios para uma solução política realista, pragmática e duradoura com base no compromisso do conflito do Sahara Ocidental.

No mesmo dia, 21 de Outubro, o porta-voz do Secretário-Geral das Nações Unidas, Sr. Stéphane Dujarric, terá “lembrado que o tráfego civil e comercial regular não deve ser prejudicado e que nenhuma medida deve ser tomada que possa constituir uma mudança no Status Quo da zona ”. Hontem, 14 de Novembro de 2020, o Presidente da Comissão da União Africana, Sr. Moussa Faki, também o exortou a “abster-se de qualquer alteração do Status Quo e retornar o mais rápido possível à mesa de negociação “. Ele reafirmou a disponibilidade da União Africana para apoiar activamente os esforços das Nações Unidas para uma solução política justa e aceitável para todas as partes neste conflito.

Mais do que uma simples pressão sobre as economias dos países vizinhos e o tráfego comercial, muito importante, entre a Europa e a África que atravessa esta zona, esta alteração do Status Quo,  feita pela Polisário e apoiada pela Argélia, tem um duplo risco: em primeiro lugar, paralisar os esforços da ONU para chegar à uma solução definitiva para este problema regional e, em seguida, arrastar toda a região para uma espiral de instabilidade e confrontos militares.

O momento dessa nova tensão não é acidental. Além da última resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, há também a escalada verbal constante entre o Marrocos e a Argélia, cujas fronteiras ainda estão fechadas; a prolongada ausência do Chefe de Estado argelino hospitalizado na Alemanha, bem como a escolha de certas forças militares nos países da região, de alimentar conflitos que impedem qualquer construção de um Magrebe Árabe coerente e unido cujo Tratado fundador foi efetivamente assinado, em 17 de Fevereiro de 1989, pela Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia, sem qualquer referência à Polisário.

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