O Comando-Geral da Polícia moçambicana (PRM) veio hoje desmentir informações postas a circular nas redes que davam indicação de retomada de confrontos entre as Forças De Defesa E Segurança (FDS) e os homens armados da Renamo, na sequência do falecimento de Afonso Dlhakama.
“Esta é uma informação de pessoas com má intenção que querem confundir a opinião dos moçambicanos”, disse o Porta-voz da PRM, Inácio Dina, hoje, em Maputo, durante uma conferência de imprensa extraordinária.
O facto é que desde o falecimento do líder da Renamo, a sociedade moçambicana ficou mergulhada numa total incerteza, especialmente porque Afonso Dlhakama era uma das peças chave nas negociações de paz com o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Aliás recorde-se que Nyusi, assim como outras forças da sociedade moçambicana pediram para que não se fizesse aproveitamento político da morte do líder da Renamo.
Estas mensagens, postas a circular nas redes sociais, viriam a distorcer as promessas públicas das duas partes (Governo e actual liderança da Renamo) no sentido de dar continuidade com as negociações iniciada com o líder da Renamo.
O líder da Renamo foi enterrado uma semana após a sua morte, no dia 03 de maio, depois de uma cerimónia oficial na cidade da Beira, com a presença de várias personalidades, incluindo o Presidente da República.
Em vida, Dhlakama convenceu o partido no poder a iniciar uma séria discussão sobre descentralização, cujo documento já foi entregue na Assembleia da República.
Contudo, o mesmo que foi enviado há mais de um mês está numa fase estacionária por falta de entendimento entre as duas bancadas no processo de indicação dos administradores.
Além de ter assinado dois acordos de paz, em 1992 e em 2014, Dhlakama impôs, pelas armas, à maioria da Frelimo na Assembleia da República uma importante revisão da lei eleitoral.