Por: Bernardino Navurula
No domingo (28 de Junho), quando Filipe Nyusi anunciou a prorrogação do Estado de Emergência pela terceira vez – para o presente Julho, uma das partes que foi bastante contestada aconteceu quando o Presidente da República anunciou a abertura faseada das aulas em uma situação em que o país não está preparado para o efeito. Lembre-se que a higiene nas escolas, desde o nível primário até as universidades, é das mais precárias. Entenda-se ‘’precárias’’ como a palavra suave encontrada para descrever o ambiente sanitário vivido nas escolas. De volta ao assunto.
Durante a comunicação a nação sobre a terceira prorrogação do Estado da Emergência Nyusi anunciou a retoma faseada de aulas, em todo o território nacional, desde o ensino primário ao superior, incluindo o subsistema de formação de professores. Nos próximos dias, segundo disse, o Executivo irá pronunciar-se com detalhes sobre esta matéria. Nyusi disse que a reabertura compreenderá três fases.
A primeira é a da 12ª classe e formação de professores. A segunda etapa abrangerá a 10ª e 7ª classes, bem como o terceiro ano de alfabetização de adultos, quanto a terceira fase será de 1ª a 6ª classes, incluindo a 8ª, 9ª e 11ª classes, assim como alfabetização e formação de professores.
Segundo o Presidente da República, a retoma de aulas presenciais deverá ser em função da situação epidemiológica do país, ou da capacidade de cumprir as medidas de prevenção em diferentes instituições. Assim, algumas escolas poderão retomar as actividades lectivas mais tarde.
No ensino superior, profissional e técnico profissional o reinício de aulas será implementado em duas fases. A primeira incidirá sobre os dois últimos anos académicos de cada curso, se tal for aplicável, disse Nyusi. A segunda etapa abrangerá todos os outros anos académicos. Mas para que estes desígnios sejam alcançados de forma segura, “todas as instituições de ensino superior, profissional e técnico profissional deverão implementar as medidas de prevenção da COVID-19 e um conjunto de medidas específicas que serão oportunamente anunciadas pelo Governo”.
Muitos entendem que este não é o momento certo de retorno às aulas uma vez que o país não está preparado, em vários aspectos, para que os estudantes regressem às aulas. As vozes contrárias a esta decisão específica, de retoma das aulas, justificam que por exemplo, em Maputo e alguns pontos do país os estudantes usam transportes públicos de passageiros o que na prática contraria com a ideia de distanciamento social. Não só.
Uma vez que muitos moçambicanos vivem em condições extremas de pobreza estes em salas de aulas partilham material de estudo, o que, igualmente, esta contra as regras de Saúde no combate da COVID-19. ‘’Será que o país está preparado para o retorno das aulas?’’ É das perguntas mais colocadas nestes primeiros da prorrogação do estado de Emergência pela terceira vez. Muitos respondem que não, incluindo pesquisas feitas por organizações de sociedade civil.