No comunicado publicado nesta segunda-feira, o partido Nova Democracia entende que a marginalização da arte, cultura e desporto em Moçambique é um grito que ecoa nos ouvidos de um regime surdo-mudo há 50 anos. “Esses três talentos têm sido vítimas de exclusão nos programas de governo e nas políticas públicas. Uma desonra extrema. Um autêntico vitupério político.”
De acordo com o partido liderado por Salomão Muchanga, o orçamento do Estado tem uma mão curta e paralítica para subsidiar os artesãos, artistas e desportistas. “Os estádios, complexos desportivos, feiras de artesanato, escolas de música, estão em condições deploráveis, abandonados há dezenas de anos e convertidos em dormitórios e recintos de lixo. Até o próprio estádio nacional, com apenas 14 anos de existência, está sendo convertido em Mercado Negro e Museu do desporto. Os planos de construção, manutenção e requalificação dos estádios, são discursos políticos que servem de anestesia para o boi dormir.”
Entende que os outros subjugam os artesãos, comprando artigos de alto valor para fazer leilão no centro do mundo, enquanto a periferia recebe miséria e depreciação da sua personalidade. “Mesmo assim, o governo continua indiferente e sem plano eficaz para a revitalização da arte. Os desportistas abandonam a actividade por falta de rendimento, reconhecimento ou simples prémio digno. Os artistas musicais, poetas e actores, são deixados à própria sorte, negligenciando-se a expressão mais flexível de transmissão e partilha de valores culturais.”
A Nova Democracia convida a todos moçambicanos, em especial aos fazedores da arte, cultura e desporto, e ao governo, “para juntos repensarmos nestes sectores como o cordão umbilical para a consolidação da unidade nacional e promoção dos valores identitários da moçambicanidade, através da profissionalização e internacionalização da arte, cultura e desporto.”