Moçambique precisa investir 250 Milhões De Dólares para abastecimento de água

As projecções do governo indicam que o país necessita de realizar um investimento anual de cerca de 250 milhões de dólares por ano para o abastecimento integral de água no território nacional, tendo em conta o crescimento populacional.

Os números foram avançados  pelo Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos, João Machatine, durante a cerimónia de abertura da reunião conjunta de avaliação de desempenho do sector de águas.

Este montante representa um incremento de cerca de 100 milhões de dólares anuais relativamente ao valor usado para garantir o abastecimento de água aos últimos dez anos.

Os resultados preliminares do censo populacional e habitacional de Agosto de 2017 indicam que em Moçambique se registou um aumento de oito milhões a mais de pessoas comparativamente a 2007. “Nos últimos 10 anos, o país investiu cerca de 1.500 milhões de dólares para a redução dos níveis de privação de água”, explicou Machatine, sublinhando que a percentagem da população com acesso à água potável é de 55 por cento.

Doenças epidémicas

Machatine, disse ainda que os serviços de abastecimento de água, saneamento e higiene são essenciais para o desenvolvimento do capital humano e tem um papel determinante para o alcance do bem-estar da população. “Sem acesso fiável a água de qualidade, as pessoas tornam-se vulneráveis a várias enfermidades”, referiu.

Para Machatine, a falta de saneamento seguro e de comportamentos higiénicos aumentam o risco de ocorrências de doenças e epidemias. “Com advento das alterações climáticas do crescimento demográfico da industrialização do país da massificação da agricultura e porque não da contaminação de lençóis freáticos, fazem com que a água comece a ser um recurso não renovável e esgotável”, disse.

Em Moçambique, no ano passado foram construídos 3 mil fontes de água potável, prevendo-se, para o ano em curso, a construção de 140 sistemas de abastecimento de água.

Crise hidrológica

Este encontro se realiza num ano em que o país foi assolado por uma crise de água. Durante o primeiro trimestre do ano em curso, as cidades de Maputo, Matola e a vila de Boane, no sul de Moçambique tiveram acesso à água canalizada em dias alternados. Esta decisão teria sido tomada pela Direcção Nacional dos Recursos Hídricos para fazer face à actual crise de água provocada pelo baixo armazenamento que a Barragem dos Pequenos Libombos está a registar.

A representante dos parceiros, Cate Turton, disse que a água é um recurso de alto valor para o desenvolvimento da população, através de actividades industriais e minerais.

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