Matola mergulha no medo: quatro pessoas assassinadas a tiro em plena manhã, sem respostas das autoridades

Mais uma manhã de terror na cidade da Matola, província de Maputo. Quatro pessoas foram brutalmente assassinadas a tiro, nesta sexta-feira, junto ao Monumento e Centro de Interpretação da Luta Contra o Apartheid, no bairro da Matola “A”. Um crime chocante que ocorre apenas dois dias depois de outro homicídio múltiplo, no bairro do Infulene, também no município da Matola.

Apesar da gravidade e da proximidade entre os casos, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) admitiu que ainda não tem qualquer pista sobre os autores destes crimes nem sobre as suas motivações. No caso desta sexta-feira, as vítimas seguiam numa viatura de marca Mazda, onde foi encontrada uma arma de fogo do tipo AKM. Nos arredores do local do crime, outras duas armas do mesmo tipo foram abandonadas, mas, segundo o porta-voz do SERNIC, Samussone Mahumane, não há ainda elementos suficientes para esclarecer o caso.

Ainda mais inquietante é o facto de um dos ocupantes do veículo ter sobrevivido e fugido, sem que as autoridades saibam até agora o seu paradeiro.

Apesar da pressão social, a resposta oficial continua a oscilar entre o vago e o burocrático. “Não há crime sem evidências”, limitou-se a dizer o porta-voz, sem apresentar qualquer avanço concreto. Sobre o caso do Infulene, apenas confirmou que as vítimas eram “colegas” do SERNIC, mas preferiu não divulgar mais informações, alegando que é “prematuro” comentar.

O que fica, no entanto, é um retrato alarmante: duas chacinas em menos de uma semana, num dos maiores municípios do país, e um aparato policial visivelmente incapaz de conter a violência ou, ao menos, apresentar respostas rápidas e transparentes.

Enquanto o SERNIC promete “diligências”, a Matola mergulha num clima de medo e desconfiança, com a sensação de que a criminalidade agudiza-se.

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