A ExxonMobil-Moçambique e a Field Ready-Moçambique assinaram acordo de parceria que prevê a preparação de cerca de 10 mil jovens para o mercado de emprego, com destaque para os projectos de óleo & gás e minas no País. Não foi avançado o valor global para o efeito, mas as duas partes sublinharam que o projecto será de nível nacional e, para isso, vai ter como uma das fases o mapeamento dos jovens em todas as províncias e uma comunicação reforçada para que se tenha conhecimento da existência desta oportunidade.
O sector económico de óleo & gás que envolve a exploração, produção, refinamento, distribuição, comercialização, importação e exportação de petróleo e gás natural no País e já foi visto como bênção. Sucede que mesmo com estes recursos e grandes empresas a operarem no País, os índices de pobreza continuam assustadores. Os níveis de desemprego aliados ao sentimento de exclusão de jovens nas oportunidades geradas por esses grandes projectos, por um lado, e a narrativa segundo a qual muitos jovens não têm capacidades técnicas necessárias para sua inserção nos grandes projectos, por outro, reforçam, no entanto, a ideia de que esses recursos não têm sido uma benção para Moçambique, pelo menos para a grande maioria dos moçambicanos.
A Field Ready, uma organização internacional que apoia jovens em sua jornada para alcançar e construir carreiras, opera em Moçambique há mais de seis anos. Field Ready opera em Moçambique, Gana, Costa do Marfim, Nigéria e Reino Unido, e está se expandindo internacionalmente na África Subsaariana.
A apercebeu-se que em muitos locais onde se exploram recursos naturais há défice de mão de obra qualificada para responder às demandas das empresas, porque os jovens são muitas vezes forçadas pelas circunstâncias a trocar escola pelo trabalho. Diante desta constatação, a Field Ready optou por encontrar solução treinando jovens para estarem prontos para o emprego.
Falando da parceria com a ExxonMbobil, Gaspar Buque explicou que esta abraçou a Field Ready ao reconhecer que os jovens formados nesta organização são essenciais para abraçarem os projectos da LNG, N4 e dos parceiros envolvidos.
“Os números vão ser discutidos mediante as fases. A primeira fase vai ser de mapeamento dos jovens pelo país todo. Vai começar agora com esta assinatura, já vamos desenvolver agora as ferramentas para ir aos locais em que vamos fazer a divulgação. Vamos criar mecanismos de divulgação para que os jovens tenham acesso e saibam que estas oportunidades existem”, explicou.
De acordo com Gaspar Buque haverá a segunda fase que vai ser a de preparação massiva de oportunidades de formação. “Mais do que a formação, o mais importante é estarmos orientados para os impactos do projecto”, sublinhou.
Por sua vez, o Director de Relações Públicas e Governamentais da ExxonMbobil – Moçambique, Armando Afonso, comentou que este acordo de parceria entre a ExxonMbobil – Moçambique e os parceiros da N4 tem como objectivo capacitar os jovens moçambicanos “para que possam ter oportunidade de ingressar no nosso sector – o sector de óleo & gás e em particular nos projectos da área 4. “Como vocês sabem, são projectos que têm um nível elevado de exigência e nesta parceria vamos conseguir agrupar ferramentas de conteúdo para jovens poderem inovar os seus pensamentos e suas habilidades para terem mais oportunidade de ingressarem no nosso mercado de trabalho,” referiu Afonso.
O Director de Relações Públicas reconheceu que Moçambique tem uma indústria de petróleo & gás que é bastante sólida e “só com jovens qualificados, bem informados é que se possa ter uma indústria do futuro que de facto consiga empregar mais jovens, consiga desenvolver o potencial de Moçambique e é para isso que a ExxonMbobil precisa da N4, estamos aqui em parceria com a Field Ready para tornar esse desiderato uma realidade.”
“Os beneficiários desse projecto em princípio são todos. São aqueles que têm habilidades técnicas e superiores. Como sabem, a nossa indústria é muito emergente. Nós vamos precisar por exemplo, de técnicos de reparação, técnicos de manutenção e esses técnicos muitas vezes não têm ensino superior”, afirmou. (X)