Os Estados Unidos da América são o primeiro membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas que reconhece a soberania do Reino de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, o que representa uma mudança drástica da política de Washington, a esse respeito.
“Assinei hoje uma proclamação reconhecendo a soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental. A proposta de autonomia séria, confiável e realista do Marrocos é a única base para uma solução justa e duradoura para a paz perdurável e prosperidade!”, anunciou Donald Trump em sua conta no Twitter.
Além de um decreto presidencial, o comunicado oficial divulgado pelo presidente Trump nesta quinta-feira assinala: “Os EUA acreditam que um Estado Saharaui independente não é uma opção realista para resolver o conflito e que a autonomia autêntica sob a soberania marroquina é a única solução viável. Exortamos as partes a iniciar conversações sem demora, utilizando o plano de autonomia do Marrocos de 2007 como único marco para negociar uma solução mutuamente aceitável”.
Trump anunciou, igualmente, que os EUA se comprometeram a instalar um Consulado na cidade de Dakhla no Sahara. Essa iniciativa faz parte de uma série de Consulados abertos, nos últimos meses, pelos diversos países no Sahara Ocidental. Entre os países que já instalaram consulados neste território, nove fizeram-no em Laayoune, capital administrativa, e sete em Dakhla, cidade turística. Muitos dos 16 países são de África. Até ao momento, o país de maior relevância eram os Emirados Árabes Unidos, que anunciaram a abertura de seu Consulado, a 4 de Novembro último.
Pelo acordo anunciado nesta quinta-feira, Marrocos se compromete a estabelecer relações diplomáticas com Israel “o mais rápido possível” e a autorizar voos directos entre os dois países para o transporte de membros da comunidade judaica marroquina e de turistas israelitas. Também promete promover “relações inovadoras nos âmbitos económico e tecnológico” com Israel.
Numa Chamada com o Presidente Palestino, o Rei de Marrocos, Mohammed VI, indicou que as medidas de aproximação com Israel não afectarão “o compromisso permanente e sustentável do Marrocos, em favor da causa palestina”.