No país, a disparidade entre a procura e a oferta de trabalho é gritante. Tudo porque, apoiando-se nos números, por exemplo, a previsão do Banco Mundial indica que 500 mil pessoas estarão preparadas para o mercado de emprego anualmente nesta década. Sem precisar de muito exercício mental, isto contraria a expectativa deixada no discurso da tomada de posse do Presidente da República que pôs a meta para três milhões de novos empregos no actual mandato. Na verdade, tendo em conta que um mandato corresponde a cinco anos, feito os cálculos, há um aumento de 500 mil trabalhadores por parte do dado de Filipe Nyusi se comparado com o do Banco Mundial. Avançou, Quarta-feira (18 de Março), em Maputo, António Sousa, da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), no acto da abertura da Primeira Sessão Plenária do Conselho Consultivo de trabalho que reúne três partes nomeadamente Governo, empregadores e sindicatos.
Não é exactamente a disparidade numérica entre os dados do Banco Mundial e do discurso de Filipe Nyusi que é o centro das atenções, uma vez que, de acordo com muitos, muitas vezes as estatísticas não reflectem a realidade no terreno. Segundo António Sousa, a questão que se coloca é como num esforço conjunto pode-se materializar a orientação de Filipe Nyusi com vista a minimizar a situação de desemprego, que é de tirar sono. ‘’Actualmente só cerca de 600 mil trabalhadores estão no emprego formal, porém existem 14 milhões de pessoas em Moçambique em idade activa e dispostas a trabalhar’’, avançou.
De acordo com um documento do CTA, o sector privado (até) está disposto a absorver estas pessoas, mas para isso é necessário que a lei laboral seja flexível e que se implementem medidas administrativas menos burocráticas. Estas medidas, segundo o documento, passam por envolver outros actores nomeadamente os sectores que regulam os maiores empregadores, a agricultura, pescas, indústria e comércio, entre outros.
Fonte: Lupa News e Canal de Moçambique