Cinema (no país) deve ser indústria de negócio, defende o CEO Regional do UBA

O Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema (INAC) em parceria com o Banco UBA promovem desde última segunda-feira, em Maputo, uma mostra de filmes de países falantes da Língua Portuguesa. Como se sabe, a componente cultural da sétima arte é bastante frouxa à semelhança de outras áreas artísticas como as artes plásticas, por exemplo, isto falando particularmente de Moçambique. No país o cineasta Licínio Azevedo é um dos raros casos de sucesso e, até, diga-se, dignificante. O incentivo financeiro, a qualidade na produção, a internacionalização dos filmes, e até o interesse dos próprios moçambicanos de assistir filmes nacionais ainda é bastante baixa. Mesmo assim, Emeke Iweiebor, Ceo Regional do Banco UBA, diz que o cinema pode ser uma indústria de negócio rentável.

Emeke Iweieber falava como parceiro estratégico do INAC.

“O cinema, assim como, todas artes audiovisuais, são extremamente importantes para o desenvolvimento económico de qualquer país, razão pela qual, não pode ser visto apenas como um hobby mas sim como uma indústria de negócio”, disse Iweieber, “todos os cineastas têm que ser tratados como empreendedores e terem o divido apoio pois o cinema devidamente feito é muito rentável”, concluiu.

Na inauguração do evento, que teve um dos momentos digno de registo a exibição do filme moçambicano Comboio de Sal e Açúcar de Licínio Azevedo,  os cineastas e participantes em geral foram unânimes que o maior desafio do cinema nacional reside na falta de financiamento, promoção e o incumprimento da legislação em vigor do cinema nacional.

Um leitor do Lupa News (lupaanews.com) pediu para partilhar alguns  aspectos que julga importantes para se perceber que o cinema em Moçambique “nunca vai sair do estágio em que se encontra, por enquanto”. “O Licínio Azevedo é uma espécie de Lurdes Mutola e quando acabar certamente parte da cultura moçambicana irá com ele”. Daí que para o referido leitor, com todo o dinheiro que o país possa ter e com bons cineastas que possam existir, não seria possível fazer com que o cinema desse o pulo que certamente pensamos que podia dar.

Para o leitor do lupa News, o LicínioAzevedo está a fazer a sua parte mas melhorar o cenário tem haver com o número de habitantes do país e, nesse, subtrair o número de pessoas que podem ir ver um filme.

“Se levado um  filme para uma capital provincial e pode se ver que não enche uma sala de cinema, num distrito pior. E com a pirataria imagina. A questão de cinema não tem haver, em si, com o dinheiro a investir, mas com o número de pessoas que possam consumir filme”.

Por exemplo, continuou, pode se fazer um inquérito sobre quantas pessoas foram ver um filme na cidade de Maputo. Parte considerável até pode ouvir falar. Enquanto o moçambicano não tiver a cultura de ver filme, e enquanto outros moçambicanos não tiveram dinheiro que chegue para ir ver filme, investir no cinema é arriscado. Aliás, explicou, assumindo o número da população em Moçambique pode se fazer uma conta básica entre o investimento necessário para um certo filme e o preço do bilhete, num cenário em que todos fossem ao cinema.

Para o leitor do site, a solução para os cineastas moçambicanos, por enquanto, é concorrer aos financiamentos estrangeiros, fazer filmes moçambicanos com qualidade internacional e tentar vender fora. Só que aí a volta é longa, e só os fortes (como Licínio Azevedo) sobrevivem.

A  mostra de filmes de países falantes da Língua Portuguesa termina nesta sexta-feira.

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