O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse hoje (25) em Maputo, durante as comemorações dos 43 anos da independência nacional que o Governo está aberto a conversações com homens armados que tem cometido homicídios na província de Cabo Delgado.
Foi a primeira vez que o Presidente da República teceu algum comentário sobre a situação de Cabo Delgado, desde o primeiro ataque em Outubro do ano passado que já resultou em mais de 30 mortos de forma brutal.
“Quaisquer que sejam a reivindicações das pessoas, sejam elas legítimas ou não devem ser apresentados nos locais apropriados e pela via do diálogo, que é o melhor caminho para o alcance dos objectivos pretendidos”, disse o Presidente.
Nyusi disse que nada justifica actos hediondos que atentam contra a vida das pessoas e a ordem pública, nem por exclusão social ou por motivos alegadamente religiosos.
“O Governo apela a todos aqueles que são desavindos para que cessem imediatamente os ataques e submetam as suas preocupações às entidades adequadas”, sublinhou o chefe de Estado.
“Exige-se maior ponderação para que não se tomem decisões precipitadas, tanto por parte do Governo bem como das instituições implantadas”, disse Nyusi.
Ele acrescentou que mais do que procurar se pronunciar, o Governo está a procura de soluções produtivas, sem assumir a postura de vítima e sem lamentações, ou ainda estar a reportar ou comentar o que acontece.
“Não descansaremos até que os perpetradores e colaboradores destes ataques sejam neutralizados e responsabilizados pelos seus crimes”, prometeu.
O Presidente solidarizou-se com as comunidades afectadas e pediu a colaboração de todos para a detenção dos insurgentes.
Os ataques em Cabo Delgado já fizeram mais de 30 mortos em quatro distritos, cerca de 500 casas queimadas.
As comemorações dos 43 anos da independência de Moçambique foram assistidas por vários membros do Governo e parceiros e partidos políticos.