Há alguns anos a legalização do aborto já foi tema de debate em Moçambique, em espaços como transportes públicos, meios de comunicação social e universidades. Um respeitado docente universitário entende que o aborto nunca foi devidamente discutido na Assembleia da República, onde seria necessário. O mesmo justifica que o assunto mexe com partidos políticos, principalmente na decisão de votos em período eleitoral. Se há anos o debate sobre o aborto em no país foi ‘’algo frouxo’’, na Argentina milhares de pessoas manifestaram-se, em Buenos Aires, contra a legalização.
Na Argentina a votação definitiva do aborto no Senado será na quarta-feira (08/Agosto), após a aprovação na primeira votação, na Câmara dos Deputados, em Junho. Uma organização de igrejas evangélicas convocou o protesto, advertindo de que não apoiará “nenhum candidato que se expresse a favor do aborto.” Os organizadores, que destacaram o apoio da Igreja Católica ao responder ao seu repto, condenaram “o genocídio de milhões de crianças que é promovido através da legalização do aborto,” avançou Notícias ao Minuto.
Em Moçambique o docente que ao Lupa News pediu para não ser identificado sublinhou que um debate na Assembleia da República que defendesse a legalização do aborto causaria descontentamento das igrejas, incluindo a Católica, o que significaria uma maior probabilidade de eleitores votarem contra o partido no puder, que actualmente é a maioria no parlamento.
O mesmo sublinhou que o assunto é de extrema importância para o país uma vez que os abortos acontecem nos hospitais, muitas vezes em segredo, outras vezes de meios inseguros que põem em risco a vida humana. Enquanto na ‘’ Pérola do Índico’’ o debate sobre o aborto ficou para o passado de forma ‘’injusta e frouxa’’ na Argentina o assunto é tão importante que está na actualidade nacional.
Na Argentina, de acordo com o Notícias ao Minuto, durante as manifestações da legalização do aborto os protestantes leram documentos religiosos e civis, alguns dos quais, os moderados, exigem uma “melhoria da lei da adopção”, que acompanhe a mãe “desde a conceção”, no caso das gravidezes que sejam resultado de violações. Outros, que estão totalmente contra a legalização, viajaram de todas as províncias do país para se manifestarem a favor de “salvar as duas vidas”, o lema adotado pelos autodenominados grupos pró-vida.
À medida que se aproxima o dia da votação definitiva, na quarta-feira (08/Agosto), as manifestações tanto a favor como contra a legalização do aborto sucedem-se na Argentina. Hoje (05/Agosto), é a vez dos que apoiam a legalização do aborto se manifestarem, com uma acção de artistas e desenhadores em frente ao Congresso argentino.