Decorreu, ontem, a cerimónia oficial do último adeus ao líder da Renamo. No texto da autoria de Nelson Marqueza, escrito em 2014 na primeira intervenção a imprensa numa das instâncias hoteleiras em Maputo, Afonso Dhlakama mostrou a ideia que tinha dos adversários na ‘caça’ ao volto. Na altura, para o líder do maior partido da oposição, MDM ainda estava na fase embrionária para competir com a Renamo e Nyusi ainda era ‘um peixe pequeno’.
’Desculpa não é orgulho mas MDM não é partido para embater-se com a Renamo ou Afonso Dhlakama. Meu amigo Nyusi…. Quero que ele continue assim para sair zero’. Diria.
É preciso lembrar que Afonso Dhlakama falava a jornalistas em Maputo, pela primeira vez depois de cinco anos longe da capital; quando chegou no Aeroporto Internacional de Maputo (04 de Setembro).
Na altura, quando se projectava que abriria a campanha eleitoral em Nampula (província mais populosa) ou em Sofala (círculo com eleitores fieis) o ‘homem da parte incerta’ prognosticou que iniciaria a campanha na cidade de Chimoio, no centro do país. Caso ganhasse as eleições de Outubro ‘pretendo criar e massificar o debate académico e técnico profissional, priorizar os sectores de educação e saúde entre outras áreas de desenvolvimento.’
A primeira coisa a fazer, diria, se os votos de dia 15 estiverem a favor, é estabelecer um verdadeiro Estado de Direito para que os moçambicanos de facto sintam que o governo está a lhes servir “e não o governo que vai exigir o povo a servir alguém sentado no gabinete.” Outra diferença, avançara, todos os licenciados do governo que dirigir terão o direito de ser convocados para contribuir com independência intelectual os conhecimentos conquistados na academia. O texto original tinha como título ‘Promessas de Afonso Dhlakama’,
De acordo com o texto, em vida, Dhlakama defendia não fazer sentido que um país invista mais no Exército que na Educação e na Saúde olhando para o tempo actual, em que guerra não é prioridade quando o assunto é desenvolvimento. “Quando ganhar vou apostar na saúde e na educação. Vou garantir medicamentos e o melhorar as condições de professor para leccionar motivados.” Prometera. Promessas que muitos, ou quase todos moçambicanos (porque infelizmente há exceções) desejam que inspire a membros da Renamo em particular e dos moçambicanos em geral.
“Vou vos prometer do fundo do meu coração que o meu partido não irá obrigar que todo aquele que receber o salário através do Orçamento Geral do Estado seja membro do partido no poder.”
Afonso Dhlakama falava a jornalistas em Maputo, pela primeira vez depois de cinco anos longe da capital. Quando chegou no Aeroporto Internacional de Maputo (4 de Setembro)
Em conversa com jornalistas aceitara um debate público com os rivais à Presidência da República, como acontece em outros países. “Certamente estou disposto a aceitar debate público com outros candidatos. Eles negam. Lembra-se desde 94, no tempo do presidente Joaquim Chissano? Eu dizia «Presidente cede »…aquilo que fazem os portugueses e os americanos, um aqui e outro ali. Eu gostaria isso. Arrumar com aquilo. Mas eles negam, não aceitam.”
Comentou, ironicamente, a participação dos outros partidos nas eleições.
O MDM deve continuar como partido para ter alguns deputados na Assembleia da República. “O MDM de facto é um partido bom. Tem 8 deputados na Assembleia da República e ficaria satisfeito se o partido pudesse crescer. Aumentar de 8 a 12 deputados como acontece em Portugal que há muitos partidos com 4 ou 6. É exactamente o multipartidarismo. Agora não quero aceitar que de facto o MDM é um partido para embater-se com a Renamo ou Afonso Dhlakama. Desculpa isso não é orgulho.”
Quero que Nyusi Continue assim para sair zero.
E Nyusi deve continuar com política de continuidade para perder e facilitar a Renamo. “Agora com a Frelimo, um partido tradicionalista (risos) e um partido histórico vamos ver com o meu amigo Nyusi lá. Vamos nos encontrar no terreno. Agora, se ele continuar a dizer aquilo que anda a dizer «votarem na continuidade» já perdeu. A priori já perdeu a não ser que ele possa corrigir. Tenho ouvido ele dizer: Votem na continuidade. Continuidade de quem? De Corrupção? De má governação? De políticas de exclusão social? De desemprego? De má distribuição de riquezas neste país? Quero que ele continue assim para sair zero.
Não acredita que esta campanha seja complicada e sente que os moçambicanos querem mudança. Diz saber o que toca no coração dos moçambicanos do Rovuma ao Maputo sobretudo de funcionários do Estado, motivo acrescido para pedir votos do eleitorado.
É preciso sublinhar, como se sabe, que Afonso Dhlakama perdera as eleições para o actual Presidente da República. Esta semana, na sequência do desaparecimento do líder da Renamo, muitos querem que os ideias do lider da Renamo inspirem e incentivem para a paz.