No mundo da digitalização, especialistas falam do Impacto macro econômico na África subsaariana. Recentemente um fórum de economistas levado a cabo pela Associação Moçambicana de Economistas (AMECON) partilhou que a região que inclui Moçambique lidera o resto do mundo no referente a dinheiro móvel.
Embora África esteja a baixo em média mundial em outras áreas, há algumas áreas em que ela está a liderar na transformação digital e uma dessas áreas é a do dinheiro móvel, vulgo Mpesa, E-mola e Mkesh, como chamamos em Moçambique.
“Se por um lado África está a baixo da média mundial no que diz respeito as contas de depósitos tradicionais, refiro me as contas bancarias regionais, depósitos, pá por outro, notamos que por respeito as contas de dinheiro móvel em África subsaariana está bem acima em relação ao resto do mundo”, referiu Felix Simione, economista do Fundo Monetário internacional (FMI).
Só para trazer uma estatística interessante, o economista aponta que, as transações de dinheiro móvel na África subsaariana representam cerca de 25% do PIB, comparado com 5% com o resto do mundo. Esta liderança acentuada da região no que respeita ao dinheiro móvel, especialmente nos países da África Oriental como Quênia, Ruanda, Tanzânia e outros.
Mas também, apesar desses avanços, o economista entende que um dos grandes desafios continua a ser a qualidade da conectividade que ainda é muito fraca na África subsaariana, o mesmo acontece na velocidade da internet.
Ainda no referente ao impacto macro econômico da digitalização na África subsaariana, o fundo monetário internacional aponta um crescimento econômico com maior digitalização, “o aumento da penetração da internet em um ponto percentual da população, em média, aumenta o crescimento do PIB per capita em 0.37 pontos percentuais“, avançou, Felix Simione.
“A conectividade digital tem aumentado rapidamente na África subsaariana, mas a discrepância digital global ainda é grande “
O exemplo é através das populações com acesso à internet, olhando para o mundo no seu todo, a percentagem da população com acesso à internet estava em cerca de 55% em 2017 e na África subsaariana estava em cerca de 23%.
Moçambique em particular, para efeitos de comparação, o país não está muito distante da média da penetração de internet na África subsaariana mas está muito longe da média global. Por outro lado, em termos de subscrições na internet de banda larga móvel, especialistas referem que tanto no mundo como na região da África subsaariana há uma tendência crescente.
Segundo Feliz Simione a produtividade aumenta com a digitalização, mas não em todos os sectores, “em termos de produtividade do fator trabalho, o impacto é insignificativo ao nível agregado, mas positivo para alguns sectores como, comércio e transporte”, explicou, o economista.
Implicações de políticas pois pandemia
O economista garantiu, ainda, que as políticas de reformas digitais no mundo pois pandemia serão importantes para promover a diversidade e resiliência no sector.
“A questão da verificação econômica na África subsaariana e Moçambique incluído, tem a sua estrutura produtiva concentrada em sectores primários, como a agricultura, visto que a digitalização tem de a promover novos serviços, novos tipos de emprego. E pode ser uma ferramenta útil no objectivo de diversificar a economia. “
A Associação dos Economistas Moçambicanos promove, semanalmente, debates da actualidade na economia.